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Frente-a-frente: Programa do Chega “não é credível” e “mente aos portugueses”

Frente-a-frente: Programa do Chega “não é credível” e “mente aos portugueses”

O Secretário-Geral do PS, Pedro Nuno Santos, voltou ontem, no frente-a-frente com André Ventura, a apontar ao líder do Chega por “mentir aos portugueses”, quando promete “tudo a todos”, e por apresentar um programa eleitoral “sem qualquer credibilidade e irrealizável do ponto de vista financeiro”.

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Para Pedro Nuno Santos, as posições e as propostas do Chega, “não são para levar a sério”, acusando também todos os restantes partidos da direita, da AD à IL, de quererem “desviar recursos públicos para o setor privado”, dando a este propósito o exemplo da saúde.

Lembrou depois que o líder do Chega é useiro e vezeiro a defender “tudo e o seu contrário”, recordando que foi o arauto da extinção dos ministérios da Educação e da Saúde, do SNS e do “cargo de primeiro-ministro”, persistindo na ideia de que as propostas políticas defendidas por André Ventura, para além de não poderem ser “levadas a sério”, assumem um carácter “cobarde”, apresentando aos portugueses “medidas que são irrealizáveis”.

A propósito de cobardia e da constante mudança de opinião, “sempre ao sabor das oportunidades e para o lado em que o vento sopra”, o líder socialista lembrou que André Ventura, quando militava no PSD, em 2013, fez na altura questão, e disso deu sinais públicos, de se distanciar dos protestos levados a efeito quer pelos profissionais da polícia, quer pelos professores.

De acordo com Pedro Nuno Santos, o líder do Chega, ao contrário da imagem que quer deixar passar, há muito que “aderiu à ideologia da moda” para ver se consegue “subir no sistema”, garantindo que o seu propósito sempre foi o de “ser um político do sistema”, pouco lhe importando que o programa que apresenta aos portugueses esteja “cheio de falsidades e de irresponsabilidades financeiras”.

O debate encaminhou-se depois para outros temas, como a justiça, a saúde, a fiscalidade e a habitação, com o líder socialista a garantir que também ele está preocupado com a “morosidade da Justiça”, discordando, contudo, da criação de medidas que permitam maior facilitação do arresto e do confisco de bens provenientes de corrupção, lembrando que estas são “figuras que já existem no ordenamento jurídico nacional”, voltando a mostrar-se confiante de que a Justiça “está a funcionar” e que há meios para a investigação no combate à corrupção, admitindo, contudo, que o PS possa introduzir em sede própria, “aprofundamentos no plano legislativo”.

Em relação à Saúde, o Secretário-Geral do PS voltou a defender que a proposta socialista para que os jovens médicos formados pelo Estado, cuja formação é paga maioritariamente com os impostos de todos os portugueses, sejam sujeitos a um tempo mínimo de serviço no SNS, medida que o líder socialista reconheceu, contudo, querer ver conciliada em negociações com as estruturas representativas do setor.

Programa de habitação

Outro dos temas discutidos neste frente-a-frente, a habitação, proporcionou a Pedro Nuno Santos a oportunidade para reafirmar que os executivos socialistas lançaram, nos últimos oito anos, “o maior programa de construção pública”, acusando o Chega, e a direita em geral, de se limitar a apostar em benefícios fiscais e na “reposição dos chamados vistos gold”, iniciativas “que não ajudam em nada o acesso à habitação pelas classes médias”.

No domínio da fiscalidade, o líder do PS voltou a criticar a proposta do Chega quando defende o aumento das pensões e a redução dos impostos em mais de dez mil milhões de euros em seis anos, medida que, para Pedro Nuno Santos, iria desequilibrar gravemente o orçamento do Estado, lembrando tratar-se de uma proposta “irrealista para não ser levada a sério”, porque representaria, desde logo, um “aumento de despesa permanente”.

O debate terminou com o Secretário-Geral do PS a desafiar André Ventura a dizer “quem são as forças vivas” do PSD que lhe “garantiram que haveria acordo de Governo com ou sem Luís Montenegro”, caso das eleições de 10 de março resultasse uma maioria parlamentar da direita, notando a incapacidade do líder do Chega em responder.

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