O recentemente eleito líder do PS/Açores falava à saída de uma visita à EBI de Rabo de Peixe, uma escola projetada e cuja obra foi iniciada pelo Governo Regional do PS.
“Nós não podemos desistir dos nossos jovens, da geração que irá fazer os Açores do Futuro, por isso temos de começar a trabalhar já na área da Educação”, sublinhou.
“Nos Açores temos um índice de abandono escolar precoce na ordem dos 21%. O país tem cerca de 8% de abandono escolar precoce. A Madeira tem 9%. A meta que a União Europeia quer cumprir de abandono escolar precoce é de 9%. Ou seja, os Açores são a segunda Região da União Europeia com piores índices de ponto de vista da Educação”, lamentou o líder dos socialista açorianos.
Francisco César destacou que a Região “tem de estabelecer, de uma vez por todas, a Educação como prioridade, investindo recursos e não apenas colocando isso no papel, porque o papel aceita tudo”.
“A escola sozinha não pode fazer este trabalho temos. a par da nossa comunidade, convocar outros intervenientes, por exemplo ao nível da Saúde, da justiça, das forças de segurança, das comissões de proteção de menores, dos apoios educativos especiais”, salientou.
O presidente do PS/Açores reconheceu as “dificuldades” de comunidades como Rabo de Peixe e salientou a “dedicação do pessoal docente e não-docente”, lamentando que na EBI de Rabo de Peixe “existam muito poucos assistentes operacionais”.
“Em 2023, o Parlamento dos Açores aprovou um diploma do Estatuto do Pessoal Educativo, que nunca avançou por não ter sido regulamentado, embora o PS já tenha insistido por duas vezes. A ideia era que pudéssemos ter uma bolsa de ilha de assistentes operacionais, mas nada disso foi feito e a Região tem que trabalhar para isso”, defendeu.
Francisco César realçou que, por vezes, “alocar poucos recursos, mas de uma forma correta e direcionada, pode fazer uma grande diferença” e deu como exemplo o sucedido na EBI de Rabo de Peixe, onde a presença de um polícia a tempo inteiro “contribuiu muito para a sua estabilização” e frisando que “se este agente aqui estivesse a meio tempo, seria tudo muito mais difícil”.
O socialista sublinhou que os Açores têm de ter a “ambição” para, “no espaço de uma geração, termos dos melhores índices de qualificação da União Europeia”.
“Se nós trabalharmos a sério, se nos mobilizarmos, comunidade educativa, Governo Regional, autarquias, clubes desportivos, IPSS, se trabalharmos afincadamente, teremos bons resultados. Todos estes recursos têm de estar disponíveis para combatermos o abandono e o insucesso escolar. É preciso ir à comunidade e perceber porque é que os miúdos faltam à escola, porque é que não estão motivados. O que não podemos é deixar a escola sozinha a fazer todo o trabalho. A comunidade, no seu todo, deve envolver-se neste objetivo de melhorar os níveis de qualificação dos nossos jovens e dos Açores”, defendeu Francisco César.