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Francisco Assis acusa Paulo Rangel de querer voltar aos tempos da pobreza e das desigualdades

Francisco Assis acusa Paulo Rangel de querer voltar aos tempos da pobreza e das desigualdades

O cabeça de lista do PS às Eleições Europeias, Francisco Assis, acusou hoje Paulo Rangel de querer voltar aos tempos da pobreza e das desigualdades e sublinhou que, para o PS, o combate pela defesa do interior é um combate pela defesa de Portugal.

“Quando o Dr. Paulo Rangel nos diz 'vocês querem voltar atrás' eu respondo: 'Sim'. Quero voltar atrás. Ao tempo antes deste Governo. Ao tempo em que nós tínhamos políticas públicas”, disse Francisco Assis na abertura da Conferência Em Defesa do Interior, em Vila Real. “O Dr. Paulo Rangel é que quer, infelizmente, voltar muito para trás. Quer voltar para o tempo da pobreza, para o tempo de um país ultraperiférico e subserviente, marcado por profundas desigualdades”, acrescentou. 

Francisco Assis lembrou que o país estaria muito pior e que “o interior estaria condenado à pobreza e, provavelmente, à desertificação absoluta, se não tivéssemos tido os ministros do planeamento que tivemos e não tivéssemos feito as opções que fizemos”.

E questionou: “Queremos ser um país dominado por um modelo de organização política muito centralizada e confiante no mercado como grande mecanismo de resolução de todos os problemas? Se queremos ser esse país, devemos manter-nos com a atual maioria, porque é isso que verdadeiramente eles fazem.
Estão progressivamente a centralizar o país do ponto de vista político e administrativo e depois ficam reféns de uma espécie de teologia do mercado que os leva a desvalorizar tudo o que seja intervenção pública”. Para Francisco Assis, essa opção tem “resultados calamitosos” para todo o país e, muito especialmente, para as regiões do interior, “que têm dificuldade em reter a população, quanto mais em atraí-la”.

O combate pela defesa do interior é, por isso, um combate pela defesa de Portugal. “A nossa ideia de Portugal é uma ideia clara e que aplicamos em concreto quando temos responsabilidades governativas. Nós confiamos, naturalmente, no mercado, e confiamos na iniciativa privada, mas não caímos no erro de opor o investimento público à iniciativa privada, como se fossem inimigos, quando devem ser vistos como complementares”, defendeu o cabeça de lista do PS, acrescentando que não conhece nenhum país, por mais liberal que ele seja, em que o processo de crescimento económico e de desenvolvimento social se tenha feito apenas com a iniciativa privada.  “Um jovem empreendedor jamais conseguirá ter sucesso se não tiver atrás de si uma rede de infra-estruturas públicas que resultam de investimento público e que são fundamentais para o seu sucesso”, explicou, dando como exemplo as escolas, os institutos de investigação científica, as redes viárias, ferroviárias e aeroportuárias, ou as tecnologias de informação.

“O investimento público é bom porque está ao serviço de uma sociedade, estimula o investimento privado. Um dos mais graves erros deste governo consistiu na demonização de tudo o que é público. E essa demonização vai desde o ataque feroz aos funcionários públicos até à desvalorização de qualquer política séria de infra-estruturação pública do país”.

Aos que estão resignados, Francisco Assis deixou um apelo:

“Vamos ouvir nós próximos tempos a ladaínha de que estamos condenados e de que não há verdadeiras alternativas e que os condicionalismos  são de tal ordem não temos margem de manobra para desenvolver políticas diferentes. Isso não é verdade”.