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Fórum “Defender Portugal”: António Vitorino pede “estabilidade governativa e …

Fórum “Defender Portugal”: António Vitorino pede “estabilidade governativa e …

Na abertura do Fórum Novas Fronteiras – Defender Portugal, do qual é coordenador, Vitorino apontou “dois pressupostos essenciais” na condução do país: “Estabilidade governativa e aplicação das reformas necessárias que corrijam as vulnerabilidades da nossa economia”.

 

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António Vitorino disse ainda que o Governo “não se esconde atrás de ninguém” e assume as suas opções e responsabilidades “no momento difícil que o país atravessa”, sublinhando que a prioridade passa por “voltar a equilibrar as contas públicas, reduzir o défice orçamental até 2013 e iniciar a trajetória da redução da dívida pública, mas também da dívida privada, como em 2005”.
Neste contexto, o dirigente do PS lançou uma crítica ao maior partido da oposição: “Onde outros hoje nos querem dar lições, na altura falharam e nós fizemo-lo com sucesso”.
Com José Sócrates na primeira fila da sessão de abertura do Fórum Novas Fronteiras, que decorre ao longo de todo o dia e contará com a presença em diversos painéis de vários independentes, Vitorino criticou ainda os que acusam o primeiro-ministro e líder socialista de teimosia.
Sem nomear ninguém, António Vitorino criticou os que não conseguem distinguir a teimosia como sentimento negativo e como convicção na defesa do interesse nacional e apelou expressamente ao líder do PS para que mantenha o rumo.
“Caro José Sócrates, confiamos, confiamos em ti e confiamos que persistas, pois claro, teimosamente, intransigentemente, convictamente, na defesa dos interesses de Portugal”, disse.
“Sabemos que esta política de ajustamento exige esforços, impõe até sacrifícios e gera descontentamento e contestação social, mas não há soluções fáceis nem varinhas mágicas, estamos no euro e queremos continuar a estar, acreditamos no projeto europeu e estamos confrontados com a necessidade de mostrar a curto prazo a credibilidade e a sustentabilidade do processo de ajustamento das contas públicas”, acrescentou.
Neste sentido, António Vitorino apontou como importante que “rapidamente cada um clarifique as suas responsabilidades em relação à moção de censura do BE, uma “questão central da estabilidade governativa”.
Neste contexto, o antigo ministro da Defesa e ex-comissário europeu advertiu o exemplo da Irlanda.
“Tem sido severamente punida pelos mercados por uma prolongada incerteza política e agora, claramente, por uma crise política que potencia o efeito de contágio da crise da dívida soberana que também nos tem atingido indiretamente”, referiu.
O dirigente socialista acusou ainda, o BE de “federar descontamentos para fazer política apenas assente no protesto” e de ser “imprestável” para soluções governativas, considerando que “os portugueses saberão sancionar aqueles que apostarem numa crise política”.
“Há quem pense que apostar no descontentamento seria o bastante para construir uma alternativa de Governo, na verdade, federar descontamentos para fazer uma política apenas assente no protesto até é o mais fácil, mas essa nunca foi nem será a via que permite criar um horizonte de esperança aos portugueses”, afirmou Vitorino.
O socialista acusou os bloquistas de estarem unicamente centrados “num ‘sprint’ para chegar antes do PCP à meta da censura”.
Segundo Vitorino, “esta inciativa é a melhor prova de que uma esquerda de mero protesto é totalmente imprestável para a construção de uma alternativa de governo coerente, sólida e capaz de responder às necessidades dos trabalhadores portugueses e do país”.
“Verdade seja dita, esse anúncio da moção de censura não nos supreende, porque vem de quem tem apenas um objetivo, combater o PS e um projeto de esquerda reformista em função de interesses partidários muito estreitos”, criticou, num discurso onde fez um ataque cerrado ao BE.
O coordenador das Novas Fronteiras acusou ainda os bloquistas de protagonizarem uma “pirueta” sobre a moção de censura, utilizando a ironia.
“Em oito dias, deve ser, aliás, recorde mundial, a moção passou de não ter utilidade prática a ter a utilidade de um anúncio a um mês de vista, ficámos assim a saber a diferença temporal entre a gestação das moções de censura e a gestação dos bebés”, disse.
Neste contexto, Vitorino advertiu que “os portugueses já deram provas ao longo dos anos de que estimam o valor da estabilidade” que “a aposta e convicção” dos socialistas “é a de que os portugueses saberão sancionar aqueles que apostarem numa crise política”.
“Os portugueses compreendem como neste momento delicado é importante, necessário, inadiável, imprescindível, garantir a estabilidade governativa, porque se às dificuldades económicas acrescentássemos uma crise política seriamos ainda mais severamente punidos pelos mercados, com consequências nefastas para a vida quotidiana dos cidadãos portugueses”, referiu.