Foi o SNS quem “na hora da verdade” soube responder aos portugueses
“Na hora da verdade, o SNS foi mesmo sujeito ao maior desafio sanitário que o país conheceu nas últimas décadas. E quem soube responder foi o nosso SNS”, sustentou António Costa, durante o debate quinzenal na Assembleia da República, criticando os partidos de direita e “os seus acólitos” pela “intensa campanha” que protagonizaram sobre o alegado “grande caos” do serviço público de saúde.
Em resposta à intervenção da deputada socialista Hortense Martins, o primeiro-ministro salientou que,”ano após ano, o SNS está a reforçar-se, aumentando a sua capacidade de resposta aos portugueses”, referindo o trabalho que foi feito pelo Governo do PS, ao longo dos últimos cinco anos: “Ao mesmo tempo que consolidávamos as nossas finanças públicas, conseguimos reforçar em 2.400 milhões de euros a necessidade de financiamento do SNS”.
António Costa lembrou, também, que o Orçamento do Estado para este ano “aumentou em mais 900 milhões de euros a dotação inicial do SNS, o maior aumento de sempre”.
“Mas ainda assim, quando a crise chegou, não faltou a vontade e a determinação não só para adquirir o material e o equipamento que era necessário, mas também para contratar mais 2.450 profissionais”, prosseguiu.
“Por isso, quando muitos dizem que o fundamental é desregulamentar o mercado de trabalho e baixar os impostos, aquilo que nós temos que dizer é que esta crise demonstra que precisamos mesmo de um Estado social forte”, que não deixa ninguém para trás, “que ninguém fica à porta do hospital ou sem o apoio solidário”, afirmou.
“É isso que nos orgulha, do nosso Estado de Direito democrático e do Estado social que o 25 de Abril permitiu”, vincou o líder do Governo socialista.
António Costa quer a Europa a seguir em frente rompendo bloqueios
Na sua intervenção no debate quinzenal, o primeiro-ministro considerou também essencial “vencer a resistência” dos Estados-membros que procuram travar os avanços na União Europeia no combate ao impacto da crise provocada pela pandemia de Covid-19, advertindo que este é um momento decisivo para o projeto europeu.
“Ou saímos todos em conjunto desta crise, ou não sai ninguém”, sustentou, em resposta a uma intervenção do deputado socialista Miguel Costa Matos, tendo elogiado a atuação do Banco Central Europeu e a ação rápida da Comissão Europeia.
O primeiro-ministro sustentou a tese de que, no presente, está em causa a preservação do mercado interno e da própria União Económica e Monetária, perante uma crise inédita em que “não existem zonas de refúgio”.
Para António Costa, o problema “tem estado no Conselho Europeu”, onde países como a Áustria, Holanda, Suécia e Dinamarca já manifestaram a intenção de se opor à proposta franco-alemã de criação de um programa de 500 mil milhões de euros com base em transferência e não em empréstimos.
“Temos ainda algumas interrogações em relação a esse programa, mas, sobretudo, temos de vencer a resistência de quatro países que bloqueiam a decisão do Conselho. O Conselho Europeu tem de estar à altura das necessidades da Europa e quatro [países] não podem paralisar a vontade maioritária de 23. Temos de seguir em frente”, defendeu.