Ficou provado que primeiro-ministro “não quer nenhuma reforma do Estado”
António José Seguro reiterou que o primeiro-ministro “não quer nenhuma reforma do Estado”, apenas pretende “cortar 4 mil milhões de euros nas funções sociais do Estado”.
O secretário-geral do PS referiu ter desafiado Pedro Passos Coelho a “debater a reforma do Estado como deve ser”, sem a obrigação de cortar 4 mil milhões de euros na despesa pública.
“O primeiro-ministro recusou. Hoje caiu a máscara ao primeiro-ministro”, acusou, afirmando mesmo que Passos Coelho “quer impedir um debate sobre a reforma do Estado em Portugal” e “só tem um objetivo: cortar 4 mil milhões de euros”.
António José Seguro defendeu que este foi um corte na despesa pública que o Governo “se auto-obrigou” a fazer perante a troika e o PS recusa contribuir para esse objetivo, que terá efeitos negativos “na saúde pública, na educação pública e na segurança social pública”.
O líder socialista exigiu que o Executivo diga aos portugueses as medidas para concretizar esse corte antes de as apresentar aos representantes do Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia.
“Eu não serei cúmplice do primeiro-ministro no ataque às funções sociais do Estado”, asseverou.
“O primeiro-ministro quer cortar 4 mil milhões de euros nas funções sociais do Estado, fica sozinho. Eu quero debater a reforma do Estado, vou continuar a fazê-lo com os portugueses”, acrescentou.
António José Seguro contestou a acusação que a maioria PSD/CDS-PP lhe tem feito de fugir a esse debate: “O PS está disponível e está a fazer um debate sobre a reforma do Estado, o que não se conhece é nenhuma proposta do Governo relativamente à reforma do Estado, nem uma”.
Como exemplos, apontou: “Na área da saúde, o que nós queremos é uma separação de sectores entre público e privado. Aqui está uma proposta concreta. Convergência de subsistemas com o Serviço Nacional de Saúde. Aqui está outra proposta concreta”.
Por outro lado, o secretário-geral do PS voltou a sustentar que hoje ficou claro o que o separa do primeiro-ministro quanto ao combate à crise: “A inflação está em cerca de 2%, e essa é a prioridade do primeiro-ministro. Para mim, combater o desemprego, que está em 16,5%, é a grande prioridade”.