Presidindo à sessão de abertura da conferência interparlamentar sobre o impacto na saúde e os efeitos sociais da Covid-19, no âmbito da presidência portuguesa da União Europeia, Ferro Rodrigues lembrou que as instituições europeias “não têm a capacidade instalada que tem um Estado nacional” no domínio da saúde, realçando que ainda assim, e apesar das dificuldades que se verificam nos últimos meses, “muitas delas resultantes de atrasos recorrentes nas entregas feitas pelas empresas farmacêuticas, o processo de vacinação da União Europeia teve início em 27 de dezembro, dois meses antes de tal ter sucedido em vários países asiáticos, parceiros e amigos”.
“A Comissão Europeia tem sido incansável no apoio aos Estados nacionais. Todavia, há que reconhecê-lo, existe a perceção de morosidade”, alertou.
Na sua intervenção, o presidente do parlamento português acentuou os impactos da pandemia, assinalando que “os números são brutais a nível global e europeu”, quer no número de infetados e de óbitos, quer nos danos que permanecem provocados pelo vírus, realçando, contudo, que “há pistas que merecem reflexão”, começando pela prevenção para eventuais situações de pandemia no futuro. Esta prevenção “não é apenas sanitária”, sublinhou, mas também “dos efeitos políticos, económicos e sociais”.
“Trata-se de pensar e trabalhar o nosso futuro como cidadãos, como país e como União Europeia”, defendeu Ferro Rodrigues, terminando com uma palavra de “solidariedade” e “homenagem” aos “milhões de cidadãos que perderam a vida no último ano”.
A conferência, organizada pela Assembleia da República, visou debater os contributos que o combate à pandemia de Covid-19 pode trazer para a definição de uma política de saúde europeia mais resiliente, a par dos seus impactos nas dimensões social e laboral, tendo contado com a participação das ministras da Saúde, Marta Temido, e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, bem como dos comissários europeus da Saúde e Segurança Alimentar, e do Emprego e Direitos Sociais.