Falando no Pátio da Galé, no Terreiro do Paço, em Lisboa, onde acompanhou a noite eleitoral, Fernando Medina, que liderava a edilidade da capital desde 2015, começou a sua intervenção por cumprimentar o vencedor das eleições autárquicas no concelho de Lisboa, atribuindo claramente esta “indiscutível vitória”, como salientou, a Carlos Moedas, sustentando que “a democracia se expressa pelo voto” e que se “por um voto se ganha, também por um voto se perde”.
No momento de despedida, muito aplaudido, o líder da coligação ‘Mais Lisboa’, que juntou PS e o Livre, deixou também a garantia de que sai com a “consciência tranquila” de quem “deu o seu melhor para servir a cidade e o seu povo”, considerando que o insucesso eleitoral apenas e só lhe deve ser atribuído, assumida como uma “derrota pessoal e intransmissível”, e salientando que o Partido Socialista “tudo fez e em todos os momentos para que nós pudéssemos aqui em Lisboa ter os recursos e os meios necessários para termos feito diferente”.
Fernando Medina lembrou, depois, que apesar dos resultados eleitorais apontarem para uma manifesta maioria de esquerda no futuro executivo camarário, a lei autárquica “é clara” quando diz que quem ganha é quem obtém mais votos e quem teve mais votos, como referiu, foi o PSD e o seu cabeça de lista, Carlos Moedas, deixando também, nesta sua intervenção, a garantia que se envolverá pessoalmente na entrega e na explicação de todos os dossiers ao agora eleito presidente do município de Lisboa.
Uma iniciativa que Fernando Medina considera determinante, como forma de assegurar que o agora eleito autarca da capital e a sua equipa possam executar e cumprir “a exigente função” de gerir o município nos próximos quatro anos.
Também o Secretário-geral do PS, António Costa, que fez questão de se deslocar à sede de candidatura para cumprimentar e estar ao lado de Fernando Medina, considerou este insucesso eleitoral em Lisboa como uma “derrota inesperada”, recordando que não havia nenhum indicador até à véspera destas eleições que apontasse para este resultado.
Uma “frustração”, como o líder socialista assumiu, tanto maior quanto o elogio que deixou ao trabalho de Fernando Medina, que disse ter cumprido o seu mandato autárquico com uma elevada “dignidade e frontalidade”, desejando também ao novo autarca de Lisboa, Carlos Moedas, as maiores felicidades.
António Costa teve ainda ocasião para lembrar a sua particular ligação à cidade de Lisboa, não só por cá viver, como mencionou, mas por ter tido a “oportunidade em 2007 de ter reconquistado esta câmara para o PS”, liderando-a até 2015, quando iniciou funções governativas, afirmando, com fair play democrático, que os lisboetas expressaram “a sua vontade em mudar”.
Questionado sobre o significado deste resultado eleitoral, António Costa voltou a enfatizar que o resultado destas autárquicas, pese embora a perda da autarquia da capital, “é muito claro”: “PS teve uma vitória claríssima nestas eleições a nível nacional”.