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Fernando Medina apresenta candidatura à Câmara Municipal de Lisboa com apoio do Livre e de independentes

Fernando Medina apresenta candidatura à Câmara Municipal de Lisboa com apoio do Livre e de independentes

Fernando Medina apresentou ontem, no Palácio das Galveias, a sua candidatura à presidência da Câmara Municipal de Lisboa.

Com o jardim da biblioteca cheio, Fernando Medina teve a oportunidade de agradecer a quem o tem acompanhado nesta tarefa e enunciar os objetivos a que se propõe no próximo mandato.

“Caros amigos

É com grande emoção que vejo tantos e tantos amigos que fizeram questão de estar de estar aqui presentes no arranque desta candidatura. É para mim uma alegria, um privilégio e uma responsabilidade. E é acima de tudo um forte sinal de mobilização e empenho para a construção do futuro de Lisboa.
Obrigado a todos.

Obrigado também a todos os vereadores, presidentes de junta de freguesia, deputados municipais, dirigentes e trabalhadores da CML. Pelo vosso empenho e trabalho, e pela forma como apoiaram um sempre exigente processo de mudança de liderança. Obrigado a todos.

Permitam-me que dirija aqui uma palavra muito particular ao António Costa.
Ele está hoje aqui como Secretário Geral do PS, mas todos sabemos que em Lisboa ele é muito maior que isso. Começamos este caminho juntos há 4 anos e pude ver a forma admirável como ele levantou a cidade e mobilizou as melhores energias para a sua recuperação. Fê-lo na compreensão da extraordinária diversidade e complexidade de uma capital moderna, e geriu com equilíbrio os interesses e visões divergentes. Agora, depois de servir como PCML posso apreciar ainda melhor o seu papel como um extraordinário PCML e a solidez do seu legado sobre o qual estamos a construir.
Obrigado António.

Quero agradecer aqui também ao Carlos do Carmo.
Ele, que é uma figura maior da cultura portuguesa, é também uma personalidade atenta e ativa da vida da sua Lisboa. Ao longo destes anos deu-me o privilégio da sua amizade e do seu conselho, e é com enorme gosto que digo que ele nos vai continuar a apoiar e que aceitou ser o Presidente da Comissão de Honra desta Candidatura.
Muito obrigado Carlos.

Por último, quero fazer um agradecimento muito especial.
Ela é uma pessoa que corporiza como poucas a essência de Lisboa. Chegou cá criança e cresceu num dos bairros mais tradicionais de Lisboa. É símbolo de tradição e inovação que hoje se afirma internacionalmente. É uma das maiores embaixadoras de Lisboa e do fado em todo o mundo e deu-me a imensa alegria e privilégio de aceitar ser a mandatária desta candidatura.
Peço o vosso aplauso para a Mariza.

Candidato-me com um só motivo: servir Lisboa e servir os lisboetas.
Quero dedicar o melhor das minhas energias, do meu saber e do meu empenho a servir Lisboa e os lisboetas. Faço-o com dedicação total e absoluta, pois esta é uma candidatura da cidade e para a cidade. Com alegria, com energia e com a convicção de fazer avançar Lisboa. Candidato-me com a confiança de pertencer e de liderar uma equipa que cumpriu com a cidade.

Há 4 anos enfrentávamos uma recessão sem precedentes, que já tinha reduzido 7% a nossa riqueza e que deixava nas margens da exclusão pelo desemprego quase 1 em cada 5 dos nossos concidadãos. Pior que tudo, vivíamos um tempo de desesperança, que consumia as energias do país e forçava os mais jovens a emigrar. Candidatámo-nos em 2013 contra este estado de coisas e os lisboetas deram-nos a sua confiança com uma missão clara de fazer de Lisboa uma mudança de rumo e mudança de ciclo.

4 anos depois podemos dizer, olhos nos olhos dos lisboetas: cumprimos.
Cumprimos quando mantivemos os impostos em baixo, quando reduzimos a dívida da cidade e quando estamos a pagar a pronto aos fornecedores.
Cumprimos quando apostamos na reabilitação urbana, quando devolvemos às pessoas praças, avenidas e locais emblemáticos como este aqui hoje ou quando abrimos mais de 200ha de novos espaços verdes.
Cumprimos quando tomamos conta da Carris, quando baixamos os tarifários e por causa disso só em 3 meses mais 300.000 idosos puderam ter acesso ao transporte público. Cumprimos quando avançamos com o Plano de Drenagem para proteger a cidade das cheias e quando protegemos a cidade melhorando a capacidade dos nossos bombeiros e sistema de proteção civil.
Cumprimos quando apoiamos a economia inovadora da cidade, os serviços que se exportam, o turismo, os jovens empreendedores que daqui se lançam para o mundo.
Cumprimos quando apoiamos a economia de proximidade, investindo nos mercados tradicionais, das comunidades locais, dos BIP-Zip, aquela economia tantas vezes de subsistência que assegura emprego e salário a tantos.
Cumprimos quando investimos na cultura, nas bibliotecas, nas várias formas de expressão artística e quando fizemos da cultura um pilar de um projeto de desenvolvimento para a cidade.
Cumprimos quando afirmamos bem alto os direitos sociais, quando investimos na habitação social, no apoio aos sem abrigo, na renovação da rede de escolas públicas.
Cumprimos quando afirmamos Lisboa como uma cidade moderna, aberta, cosmopolita e tolerante. Capaz de acolher todos e de a todos oferecer a sua oportunidade.

Quatro anos depois, Lisboa está hoje mais forte, mais competitiva, mais coesa, mais aberta ao mundo.
Lisboa está hoje mais preparada para enfrentar e vencer os desafios do futuro.

Mas não olhamos para as conquistas deste mandato com um sentimento de regozijo ou autossatisfação.
Sabemos bem que há desafios antigos que ainda não foram resolvidos. E sabemos bem que há novos desafios para que temos que encontrar resposta.

Lisboa vive hoje um tempo de rápida e profunda transformação.
Uma transformação que gera oportunidades de emprego, de investimento, de inovação, de afirmação global que fazem deste um momento único em décadas que temos que saber aproveitar. Mas sabemos que esta transformação rápida gera novas exclusões, tensões nos quotidianos da cidade e desafios que têm de ser enfrentados.
Da qualidade dos serviços como os transportes à mudança da vivência dos bairros históricos, do alargamento do fosso entre os mais e os menos qualificados, à desregulação do mercado de habitação.

Continuar a crescer, garantindo que o crescimento chegue a todos e seja motor da melhoria da qualidade de vida é o grande desafio do próximo ciclo de governação da cidade de Lisboa. Escolhemos como lema da nossa campanha “Lisboa precisa de todos”.
Porque Lisboa precisa da tradição e da inovação.
Precisa dos residentes e dos visitantes.
Precisa do presente e do futuro.
Precisa dos apoiantes e dos críticos.
Precisamos de liderança e ponderação para construir, com todos, os novos equilíbrios de que a cidade necessita.

Lisboa precisa de todos é uma afirmação política de que queremos caminhar juntos como comunidade.
E é ao mesmo tempo um apelo, para que todos participem e façam a sua parte para construímos esse futuro.

Queremos em primeiro lugar dar mais força à economia.

É inegável que a economia da cidade está hoje forte e dinâmica, por isso temos que aproveitar o momento para reforçar os pilares do futuro. Fazer crescer as áreas de escritórios para que mais empregos nos serviços inovadores nasçam na cidade. Reforçar a ligação às Universidades e centros de investigação, para nos inserimos mais e melhor nas redes globais de inovação e financiamento. Apoiar mais a cultura empreendedora, para que daqui nasçam oportunidades para o mundo. Assegurar que o turismo cresce de forma sustentável, do ponto de vista económico, social e ambiental ampliando o seu papel para a riqueza e emprego da cidade. Apoiar de força mais intensa as iniciativas de economia de proximidade, destinadas a satisfazer necessidades locais, mas que desempenham um papel insubstituível no emprego e na coesão dos territórios.

Queremos em segundo lugar melhorar a qualidade de vida de quem aqui vive e trabalha
Porque Lisboa precisa de todos, vamos prosseguir a qualificação do espaço público, a construção de novos centros de saúde e de novas escolas.
Vamos dar um novo impulso à agenda ecológica com uma prioridade forte ao solar, ao combate às alterações climáticas e à ampliação das zonas verdes.

Mas o próximo mandato vai ter uma prioridade clara: a promoção do transporte público.
Deixem-me ser totalmente claro. O atual padrão de mobilidade é totalmente insustentável. Diariamente entram na cidade mais de 370.000 automóveis. Alinhados daria uma fila entre Lisboa e Paris.

E pelo facto de durante muitos anos muitos terem ido morar para os concelhos limítrofes sem ter havido investimento no transporte público, o numero de carros que entra na cidade aumenta sempre que a economia melhora.
Só nos últimos dois anos passaram a entrar em Lisboa mais 15.000 todos os dias, o que significa uma fila adicional de mais 75km.

Porque Lisboa precisa de todos temos um plano bem definido para a Carris: adquirir mais autocarros, contratar mais motoristas, criar novas linhas ajustadas às necessidades, reduzir os tarifários e promover o acesso. Estabilizamos também com o Governo a próxima expansão da rede de metro na cidade, numa decisão de grande importância. Mas precisamos fazer mais.

É essencial resolver de uma vez por todas o transporte público pesado dentro da área metropolitana.

Não é aceitável, porque não é normal, que na A5, uma das principais vias de acesso à cidade não exista uma via dedicada ao transporte público. Ou que a linha de Cascais perca todos os dias passageiros e qualidade. Ou que o comboio na ponte esteja longe dos seus limites.

Porque Lisboa precisa de todos, dos que cá vivem e dos que aqui trabalham, vamos defender como prioritário junto do Governo a rápida estabilização dos investimentos necessários a termos um transporte público pesado a nível da Área Metropolitana que seja eficaz, credível e acessível a todos.

Por último, vamos fazer da recuperação dos elétricos uma aposta para o futuro da Carris. Há poucas décadas Lisboa desmantelou uma rede de elétricos abrangente e capilar. Está na hora de corrigirmos esse erro histórico e de voltarmos a investir num meio de transporte que provou ser eficaz, seguro, confortável, e ambientalmente sustentável.

Vamos avançar com a extensão do 15 até Santa Apolónia tendo em vista a sua extensão até ao Parque das Nações, vamos reintroduzir o 24 entre o Cais do Sodré e Campolide, e iremos planificar a entrada do elétrico em novos eixos como a Alta de Lisboa.

Uma Lisboa com uma rede eficaz de transportes será, finalmente, uma Lisboa para todos.

Queremos em terceiro lugar reforçar os direitos sociais, em particular o acesso à habitação

Vivemos hoje tempos difíceis no acesso à habitação na cidade. Com a chegada da crise em 2011 fechou-se o acesso ao crédito que fora durante décadas a forma de acesso à habitação para as classes médias.

Começou a ganhar força o mercado de arredamento associado à reabilitação urbana, mas o efeito rapidamente se desvaneceu.

A nova Lei das Rendas, que precarizou por completo as relações contratuais, com o aumento do investimento externo e do turismo, está a fazer reduzir a disponibilidade de habitação a preços acessíveis na cidade e está a causar a instabilidade na vida de muitos.

Fruto da Lei das Rendas, e da generalização dos contratos de curta duração, muitos vivem hoje na insegurança e na incerteza sobre a sua via futura.
Quando terei que sair das minha casa? Conseguirei arranjar outra? Quanto irei pagar? Como vou organizar a minha vida e dos meus filhos? Estas são as perguntas de muitos hoje na cidade.

Esta intranquilidade e incerteza é intolerável numa cidade coesa e combatê-las é uma prioridade central do próximo mandato.
Porque Lisboa precisa de todos, a nossa ambição é que cada jovem e cada família possa ter acesso a uma casa a preços acessíveis na Cidade de Lisboa.
Porque Lisboa precisa de todos a nossa ambição é cumprir a obrigação constitucional de acesso a uma habitação digna e de qualidade compatível com os rendimentos de cada um.

Não é tarefa rápida, nem fácil, nem se resolve com demagogias.
Mas temos a determinação, sabemos como fazer e já iniciamos o caminho muito antes de outros agora terem acordado.

Temos em marcha o maior programa de promoção pública de habitação das últimas décadas. Mobilizando cerca de 350 M€ de património Municipal, e com a participação dos privados, vamos construir cerca de 7000 casas para a classe média, com rendas médias entre os €200 e os €400.

Mas precisamos de soluções mais rápidas face à situação de urgência a que assistimos.
Irei por isso propor ao Governo que seja criada a figura do “contrato de arrendamento de longa duração” ou de “duração indeterminada”, que tenha um regime fiscal muito mais favorável para quem investe.

Ganham os senhorios, pois terão ao seu dispor uma nova forma mais estável e rentável de aplicar o património. Ganha a cidade, pois terá mais habitantes, de várias origens sociais, com mais qualidade de vida.
E ganham sobretudo as famílias, porque Lisboa precisa que a casa de família seja fonte de estabilidade e não de precariedade ou de ansiedade com o dia seguinte.

Queremos em quarto lugar afirmar Lisboa como cidade Global, aberta, tolerante e cosmopolita
Existe hoje uma clivagem ideológica no mundo como não conhecíamos desde os anos 30 do século passado.

O regresso em força dos nacionalismos, da intolerância, da xenofobia e do racismo é algo que porventura nenhum de nós esperava ver de novo.
Mas aí estão. A ganhar força como política oficial em países da União Europeia ou nos Estados Unidos.

As grandes cidades do mundo são hoje um dos polos centrais de resistência a estas políticas.
Cidades como Londres, Paris, Chicago, Nova Iorque, Madrid ou Lisboa, sabem bem que a tolerância e o respeito pela diversidade são valores identitários das cidades globais.

São deveres de justiça e de cidadania. Mas são também os alicerces do desenvolvimento, pois a primeira vítima do fechamento é a inovação.
Queremos pois afirmar Lisboa como uma cidade global, aberta ao mundo, tolerante e cosmopolita.

Capaz de acolher todos e de a todos oferecer uma oportunidade de vida em paz e felicidade.

Por isso continuamos na linha da frente na resposta à crise dos refugiados, por isso nos empenhamos na integração dos imigrantes e das diferentes etnias e religiões, por isso apoiaremos e acarinharemos todas as diversidades que fazem parte da matriz identitária da cidade de Lisboa.

Mas podemos fazer mais. A nova visibilidade internacional de que goza Lisboa traz-nos dá-nos uma voz mais forte para intervir.
Faremos das comemorações dos 500 anos da viagem de Fernão de Magalhães um momento de afirmação do globalismo, da tolerância e do diálogo.
E daqui deixaremos sempre uma mensagem clara: em Lisboa seremos sempre intolerantes com a intolerância.

Pela dignidade humana, pela justiça e pelo progresso.

Queremos por último prosseguir uma governação aberta, transparente e participada

Uma das marcas fundamentais dos últimos anos da governação da cidade foi o empenho no reforço da participação cidadã. Uma realidade tão complexa como Lisboa só pode ser bem governada ampliando os espaços para uma participação cidadã mais forte, ativa e empenhada.

E isso verdadeiramente só se consegue quanto transferimos poder para as pessoas.

A reforma administrativa da cidade foi um processo que melhorou a forma como os serviços públicos são prestados, mas antes disso foi um extraordinário processo de reforço da democracia e de aproximação dos cidadãos das decisões.

Projetos como os BPI-Zip, que colocaram as comunidades a construir as soluções para as prioridades que elas próprias identificaram, são extraordinários exemplos de práticas essenciais na cidade moderna e porventura um instrumento com eficácia para reduzirmos os populismos.

Queremos pois prosseguir e ampliar este caminho.
Vamos avançar com um amplo programa de delegação de competências nas juntas de freguesia, que agora estão mais capacitadas e com todo o empenho em fazer mais.

Vamos apoiar de forma inequívoca o pacote de descentralização da Administração Central para os municípios, e proporemos mesmo áreas específicas mais avançadas para Lisboa casos outros não queriam avançar tanto.

Por último vamos reforçar os mecanismos de participação dos eleitores, e a identificação com os eleitos.

Tenho pois o gosto de vos anunciar aqui hoje, que pela primeira vez, apresentaremos como candidatos às presidências das juntas de freguesia 12 homens e 12 mulheres, em total igualdade e paridade.

Elas e eles estão aqui, atrás de mim, e para todos peço uma salva de palmas.

Há 4 anos atrás os lisboetas deram-nos a sua confiança para governar a cidade. Cumprimos.

E hoje pedimo-la de novo.

Com a confiança de quem conhece bem a cidade, e de que saberemos construir as soluções para os novos desafios.
Com o orgulho e o entusiamo de quem se quer dedicar de corpo inteiro a servir Lisboa e os Lisboetas e nada mais do que isso

E com uma grande humildade.

A humildade de saber o quão grande é o privilégio de servir esta maravilhosa cidade de Lisboa.