Fernando Anastácio acusa PSD de falta de seriedade em debate sobre segurança
“Uma interpelação ao Governo, conduzida por um partido responsável, seria necessariamente no sentido de se associar a este desígnio nacional e ao trabalho em que o país está empenhado com vista a manter estes elevados padrões de segurança”, afirmou hoje o deputado do PS Fernando Anastácio, durante a interpelação ao Governo sobre as condições do exercício da segurança em Portugal. “Contudo, não foi este o caminho escolhido pelo PSD”, lamentou.
O socialista começou por vincar que “Portugal é um dos países mais seguros do mundo”. “Assim é reconhecido no mais recente relatório publicado pelo Índice Global da Paz”, apontou Fernando Anastácio, que disse mesmo que “o reconhecimento internacional desta realidade constitui em si um valor único, um valor para cuja preservação todos temos a responsabilidade de contribuir e a obrigação de nunca o pôr em causa”.
Ora, “o sentimento de segurança que se vive em Portugal não é só fruto de uma perceção, é também uma realidade concreta”, garantiu o deputado, que explicou que esta realidade “foi mais uma vez confirmada com a continuada redução dos números da criminalidade participada e criminalidade violenta evidenciada nos números do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) relativo a 2018 que foram conhecidos na passada semana”.
Segundo o RASI, a criminalidade geral participada baixou 20,9% nos últimos dez anos e, em 2018, baixou 2,6% relativamente ao ano anterior. Também a criminalidade grave e violenta tem vindo a diminuir nesta última década.
PSD não convive bem com sucesso do país
Tendo em conta estes números, que são “objetivos e factuais”, é de lamentar a posição do PSD. “Preferiram falar de tudo menos do que é relevante em matéria de segurança”, porque tal “implicava seriedade e essa não tem sido a sua atual matriz”, criticou o socialista.
Segundo o deputado do PS, falar de segurança “de uma forma séria” implicava reconhecer a importância dos Contratos Locais de Segurança; reconhecer o investimento em infraestruturas; comparar o investimento em segurança realizado pelo anterior Executivo de direita (28,4 milhões de euros) com o deste Governo (53,8 milhões de euros); reconhecer o incremento substancial de recursos humanos no combate aos fogos florestais; analisar o investimento em recursos humanos, já que o Governo do PS vai admitir mais elementos policiais nas Forças e Serviços de Segurança (4.536) do que o anterior Executivo em quatro anos (2.403); admitir o investimento em recursos humanos também na Polícia Judiciária, entre outros.
Fernando Anastácio chegou depois a uma triste conclusão: “O PSD de hoje não convive bem com o sucesso do país”. O parlamentar do PS elucidou que “agora, com o aproximar das eleições e pelo facto de o diabo não lhes ter feito a vontade e não ter chegado, caiu a máscara e vale tudo”, atacou.
“Vale tudo porque para este PSD o seu sucesso só podia estar intimamente ligado ao insucesso do país”, denunciou o socialista, que aproveitou para deixar um alerta à bancada social-democrata: “A segurança não é campo para diatribes”.