Faltou imparcialidade na declaração do Presidente da Republica
O PS considerou hoje que a mensagem de Ano Novo do Presidente da República não reflete “preocupações, deceções e mesmo desespero” de grande parte dos portugueses, e é marcada por um “défice de imparcialidade” em ano de eleições.
“Estamos de acordo [o PS] com a necessidade de combater o populismo, mas o populismo em todos os seus aspetos, e também estamos de acordo com a necessidade de evitar situações de crispação ou de tensão política desnecessária”, de acordo com o líder parlamentar do PS.
No entanto, para Eduardo Ferro Rodrigues, “a lógica da mensagem do Presidente da República é uma lógica de excessiva colagem a aspetos essenciais das políticas que foram determinadas pela maioria que governa Portugal desde 2011 e não ecoou suficientemente as preocupações, as deceções e mesmo o desespero de muita gente, de uma parte grande do povo português”.
“Apesar de eu pensar que é uma mensagem bem intencionada, não há dúvida que há um défice de imparcialidade num ano destes que é de eleições”, referiu o político.
Para Ferro Rodrigues, “seria absolutamente essencial a garantia de uma total imparcialidade do orgão de Presidente da República face às eleições que se vão realizar em 2015 e a contribuição para a coesão nacional na base da maximização da coesão social e do máximo consenso político possível”.
E do ponto de vista do PS, “a intervenção do Presidente da República ficou a alguma distância destes imperativos”.
O líder parlamentar recordou o apelo que o PS faz à mudança política nas próximas eleições legislativas e referiu que o partido vai visitar todos os grupos parlamentares para apresentar a Agenda para a Década e um compromisso estratégico para a qualificação.