Falta credibilidade ao PSD para falar do sistema financeiro
António Costa comentou desta forma as palavras do presidente e do líder parlamentar do PSD, Pedro Passos Coelho e Luís Montenegro, que acusaram o atual Executivo de contribuir para a instabilidade do sector da banca, recordando a atuação que o principal partido da oposição teve no Governo.
“Para encenar uma falsa saída limpa do programa de ajustamento, o PSD escondeu a situação do BES e do Banif”, apontou o líder socialista, salientando que “a atitude do PSD de esconder problemas impediu que esses mesmos problemas fossem resolvidos”.
O líder socialista lembrou que “porventura, como hoje é sabido, se tivessem sido adotadas medidas a tempo e horas relativamente ao Banif, tinha-se poupado este banco à resolução que foi necessário depois fazer. Por isso, ao contrário do que fez o Governo anterior, definimos como primeira prioridade resolver os problemas do sistema financeiro”.
“O PSD não tem a menor credibilidade para falar em matéria de sistema financeiro”, vincou.
Falando à saída da reunião com o Grupo Parlamentar do PS, que serviu para fazer um balanço da primeira sessão legislativa da presente legislatura, António Costa afirmou que um dos objetivos centrais do Executivo que lidera “é não permitir que haja novos BES ou Banif, que só existiram devido à incúria com que o poder político fingiu que os problemas não existiam”.
“Agora, há que encontrar respostas para os problemas”, acrescentou, contrapondo que “hoje os problemas são conhecidos e estão a ser resolvidos, o que é essencial para reforçar a confiança no sistema financeiro”.
Confiança numa solução breve para o fortalecimento da CGD
Sobre o plano de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), que aguarda aprovação das entidades regulatórias, o líder socialista frisou que não compete ao Governo exercer qualquer forma de pressão para acelerar o processo, manifestando confiança numa resposta tão rápida quanto possível.
“Não tenho nenhuma razão para achar que quer a Direção-Geral da Concorrência quer as entidades regulatórias não estejam a esforçar-se para tão rapidamente possível responderem às questões que falta responder para termos uma solução definitiva para a CGD, e para que fique tudo claro e tranquilo quanto à Caixa, o que é essencial”, disse, reafirmando a prioridade do Governo “é o fortalecimento da CGD, como grande banco público e grande pilar do sistema financeiro português”.
Em relação à situação do Novo Banco, António Costa não quis antecipar cenários, num momento em que as propostas estão a ser avaliadas, frisando que se deve ao atual Governo a obtenção de mais um ano para encontrar uma solução para o banco, até agosto de 2017, evitando que se acentuasse a desvalorização a que foi sujeito por “quem o quis vender à pressa antes das eleições”.
“O Novo Banco é um banco que tem valor, tem clientes, uma rede, funcionários e negócios, e que não deve ser assim desvalorizado”, referiu.
“Este é o tempo que o Banco de Portugal tem para avaliar as propostas que recebeu e tomar as decisões que julgar melhores. Não conhecemos as propostas, mas, quem sabe, até pode haver uma excelente proposta que resolva já, até de uma forma saudável para todos, os problemas relativamente ao Novo Banco”, disse ainda o líder do PS e chefe do Governo.