home

Existe uma “miopia” na maioria dos líderes europeus

Existe uma “miopia” na maioria dos líderes europeus

António José Seguro afirmou-se preocupado com a discussão dos líderes europeus sobre o orçamento comunitário, considerando “confrangedora” a falta de solidariedade, a impreparação e a miopia face aos problemas que a União Europeia enfrenta.

“Assisto com muita preocupação àquilo que está a acontecer em Bruxelas no Conselho Europeu. Uma Europa que tem sido incapaz de lidar com a crise, uma Europa que anda sempre a correr atrás do prejuízo, uma Europa que no momento em que é necessário investir e criar condições para animar a economia, desenvolvendo as estruturas produtivas, está com dificuldades em aprovar um orçamento e vai ainda fazer cortes num orçamento em que deveria investir”, lamentou.

O secretário-geral do PS defendeu, depois, que o montante em discussão na cimeira é pequeno, “já que o orçamento da União Europeia é inferior a um por cento do total da riqueza” conjunta dos Estados-membros.

“Esta ausência de solidariedade, esta miopia na resolução dos problemas, esta impreparação para lidar com uma crise sistémica que existe na zona euro é confrangedora. Isto mostra que os líderes europeus, na sua maioria, não estão à altura das responsabilidades para enfrentar a grave crise que atinge vários países, incluindo Portugal”, acusou.

Relativamente às verbas que estão a ser dadas como garantidas para Portugal, o líder socialista alegou que ainda precisa de conhecer a versão final saída da cimeira: “As notícias têm sido muitas e em diferentes sentidos”.

Segundo António José Seguro, para além da questão do volume dos recursos financeiros, é também preciso saber como é que esses recursos colocados à disposição do país serão aplicados.

“Defendo a criação de um banco do fomento, fui o primeiro líder político a defendê-lo em Portugal e considero que é vital que uma parte dos fundos comunitários seja canalizada para esse banco do fomento, visando o financiamento da economia. O principal problema do país é o fraco crescimento económico e, se esses recursos estiverem à disposição das pequenas e médias empresas, isso quer dizer que irão contribuir para o crescimento económico e para a criação de emprego, tendo ainda a vantagem de serem recursos permanentes”, acrescentou.