Falando na abertura da Academia Socialista, que decorreu, durante cinco dias, em Tomar, Carlos César não poupou nas críticas a um Governo da AD que tem pautado a sua ação por se “vitimizar”, “afastar consensos”, e “desvalorizar alternativas e a opinião da pluralidade dos partidos com assento parlamentar”.
“Em balanço destes quatro ou cinco meses de Governo bem se pode dizer, sem cair em exagero, que chegamos a um ponto em que o melhor que o Governo anuncia é, muitas vezes, o que copia do que já estava programado ou anunciado pelos Governos do PS”, apontou.
O presidente socialista acusou ainda o executivo de Luís Montenegro de se desdobrar em anúncios sucessivos, “numa abundância de gastos às centenas de milhares e milhões de euros, que provam que, no mínimo, não tem faltado dinheiro deixado pelo PS”.
Ao mesmo tempo, considerou Carlos César, o país assiste a uma política de debilitação dos instrumentos do Estado e de funções de proteção dos cidadãos, “numa irresponsável campanha alegre de destruição”, não se conhecendo ao Governo da AD uma “reforma a sério” ou uma “medida supostamente estrutural”, que “não se esvaia para lá da oratória e do reporte mediático”.
“O esforço do Governo parece ser um processo claro de gastar depressa e em força a margem financeira que o Governo do PS deixou, até secar o poço, para não haver margem significativa de aprovação de propostas da oposição no próximo Orçamento do Estado”, disse.
Certo, para Carlos César, é que a apresentação de propostas não vai “aprisionar nem desviar” o PS da sua “interpretação mais autêntica do interesse nacional”.
“Este orçamento nunca será o nosso e nem o Governo terá o nosso apoio para a sua política geral, mas o nosso sentido de Estado obriga-nos a que ponderemos medidas e soluções, sejam fiscais ou sociais, que tornem o orçamento menos mau”, continuando a servir Portugal, finalizou o presidente do PS.