Europa deve fazer mais para acolher quem dela precisa
Os dois governantes falaram em Estocolmo também sobre a União Europeia, incluindo as consequências da saída do Reino Unido, os esforços para construir uma Europa mais social, e as migrações.
Na conferência de Imprensa conjunta, António Costa destacou o “excelente exemplo” da Suécia no acolhimento dos refugiados que procuram a Europa, lamentando que outros países se recusem a cumprir aquilo que foi acordado, nomeadamente no Conselho Europeu de 18 de março, em termos de repartição do esforço no acolhimento de refugiados, que é um dever da União Europeia e de todos os seus membros.
Sobre o referendo realizado no dia 2 de outubro na Hungria a propósito das quotas para acolher refugiados, o líder do Executivo português considerou ser “positivo que o referendo não tenha tido o resultado esperado, porque a resposta para a questão dos refugiados não é fecharmos fronteiras”.
UE tem de assumir responsabilidades partilhadas
Mas a resposta também “não é pôr em causa aquilo que é a liberdade de movimento dentro do espaço europeu, nem é a União Europeia não assumir as suas responsabilidades de proteção internacional a quem dela carece”, pontualizou António Costa, para de seguida acrescentar que a solução passa por “assumir responsabilidade de forma partilhada”.
E sublinhou ser “particularmente injusto” que países como a Suécia estejam a suportar um peso excessivo no acolhimento de refugiados porque outros países se recusam a cumprir aquilo que foi comummente acordado entre todos, de repartição deste esforço”.
O primeiro-ministro lembrou também que Portugal propôs e se dispôs a acolher mais refugiados além da quota atribuída pela UE, numa base bilateral, com países como a Suécia.
Já Stefan Lövfen salientou os “pontos de vista semelhantes” entre Portugal e a Suécia sobre a necessidade de uma “responsabilidade partilhada” no seio da União para acolhimento de refugiados e na criação de um verdadeiro sistema europeu comum de asilo.