home

Europa deve avançar com reforço das políticas de proteção social para combater pulsões populistas

Europa deve avançar com reforço das políticas de proteção social para combater pulsões populistas

A União Europeia tem de avançar mais no “reforço das políticas de proteção social” como forma de compensar “os custos com as transições climáticas e digital”, advertiu o primeiro-ministro, António Costa, defendendo que a exclusão social é uma das causas decisivas que “alimenta as pulsões populistas”.

Publicado por:

Acção socialista

Ação Socialista

Órgão Nacional de Imprensa

O «Ação Socialista» é o jornal oficial do Partido Socialista, cuja direção responde perante a Comissão Nacional. Criado em 30 de novembro de 1978, ...

Ver mais

Notícia publicada por:

António Costa, Cimeira da Agência Espacial Europeia

António Costa falava ontem em Matosinhos, no Porto, na cimeira ministerial da Agência Espacial Europeia, tendo defendido ser este um dos setores em que também se justifica que a Europa frua de “plena autonomia”, lembrando que “todos os processos de transição”, como os que hoje se verificam a nível climático e digital, justificam uma atenção redobrada dos 27 Estados-membros para que este progresso possa chegar “a todos os cidadãos” e “que ninguém seja deixado para trás”.

Tese que foi, aliás, como lembrou António Costa, o tema forte da cimeira social que Portugal organizou em maio passado, no quadro da presidência do Conselho da União Europeia, uma cimeira que, segundo o primeiro-ministro, teve a sua génese no estabelecimento de um compromisso em volta da “implementação do pilar dos direitos sociais para que os processos de transição digital e energético sejam justos”.

Ainda de acordo com o primeiro-ministro, de pouco vale os responsáveis políticos e os técnicos europeus fecharem-se numa redoma a discutir os benefícios das tecnologias que hão de “servir o futuro da humanidade”, se esse diálogo impedir uma discussão aberta e partilhada com as populações, porque esta seria sempre uma opção que, a ser seguida, “levaria ao aumento exponencial das pulsões populistas” que inevitavelmente todas as exclusões geram.

Contrariar os desafios “cada vez maiores” que hoje os cidadãos enfrentam e que, em alguns casos, podem começar a pôr em causa a sua qualidade de vida e o seu futuro sustentável passa, em grande medida, na perspetiva do primeiro-ministro, pelo desenvolvimento de uma nova geração de técnicas de informação, em que os “sistemas espaciais orientados para o utilizador tornam os cidadãos europeus parte integrante” do processo.

Neste sentido, António Costa foi claro ao defender que a Europa deve “aumentar as suas ambições neste domínio”, mas de “forma articulada entre a Agência Europeia Espacial (ESA), os seus Estados-membros e a Comissão Europeia”, sempre com a perspetiva de “assegurar também aqui uma efetiva autonomia estratégica da Europa”, e não desprezando em circunstância alguma que a Europa deve ser um lugar “aberto ao mundo e aberto ao espaço”.

Participação portuguesa na indústria espacial

Quanto ao papel de Portugal em todo este processo, o primeiro-ministro lembrou que o país “está a fazer a sua parte”, mobilizando “empresas, instituições científicas e académicas, empreendedores, investigadores e estudantes”. Recordando que, no âmbito da implementação da estratégia Portugal Espaço 2030, foi criada a Agência Espacial Portuguesa, que neste momento tem em curso um conjunto de processos de “dinamização de novas indústrias do espaço”, António Costa referiu que esta iniciativa corre a par com a captação de novos investimentos estrangeiros para o setor e com a dinamização da colaboração de instituições científicas e académicas, “na promoção de uma nova década de valorização de sistemas espaciais e de observação da terra”.

Segundo António Costa, o objetivo que tem sido divulgado e defendido por Portugal junto das instâncias internacionais é o de “estimular a atração de recursos humanos qualificados” para as novas atividades económicas de maior valor acrescentado, “num quadro de cooperação com as organizações internacionais em que Portugal participa”, designadamente com a ESA, como destacou.

Uma realidade perante a qual, na perspetiva do primeiro-ministro, “assume particular relevância” que desde 2016 haja a definição e a promoção de “uma agenda de investigação e inovação sobre interações atlânticas”, iniciativa de que veio a resultar a criação do ‘Atlantic International Research Center’, um organismo orientado para o estudo e a exploração do espaço no sentido do desenvolvimento socioeconómico do Atlântico, que inclui um laboratório vocacionado para a observação da terra, localizado nos Açores, e para a “vigilância marítima”.

A par destas iniciativas, há ainda a destacar, como também mencionou António Costa, a definição e a promoção do ‘Ecossistema Espacial de Santa Maria’, que inclui também a “operação de um porto espacial aberto” nessa ilha açoriana e orientado para “operações integradas de lançamento e aterragem no mar e recuperação e reutilização de lançadores”.

ARTIGOS RELACIONADOS