Em declarações à comunicação social no final do debate, agendado pelo PS, sobre a constituição de uma Comissão Técnica Independente para a análise dos incêndios rurais de agosto deste ano, Eurico Brilhante Dias assinalou a gravidade de um debate tão importante para o país ter sido “contaminado com a saída do líder do partido de extrema-direita para se dirigir a uma manifestação que, perto da Assembleia da República, defendia um conjunto de soluções para os imigrantes”.
O líder parlamentar do PS sublinhou que “não só o debate foi contaminado com uma troca de argumentos laterais à discussão central, como, no meio do debate, tivemos uma cena de provocação que o Partido Socialista não vai deixar passar em claro”.
“O discurso de ódio, a confrontação, a ideia de que os outros não merecem respeito esteve hoje, mais uma vez, presente na atividade política em Portugal”, algo que deixa consequências na qualidade da democracia e na vida dos portugueses, lamentou.
Eurico Brilhante Dias defendeu que “este comportamento precisa de um repúdio firme dos democratas”. “Se os democratas não se organizam e não combatem este tipo de atitudes, a sociedade portuguesa está a caminhar para uma confrontação que fará a nossa vida, dos nossos filhos, dos nossos netos, muito pior”, assegurou.
O presidente da bancada socialista deixou mais um aviso: “Se continuarmos a considerar que os governos que vão passando – os do PS e os do PSD – não fizeram nada nos últimos 50 anos, estamos a oferecer um argumento para aqueles que nos confrontam desde o ponto de vista autoritário, antidemocrático”.
Eurico Brilhante Dias acrescentou que esta responsabilidade é também trabalho da comunicação social: “Isto não pode ser reportado como normal”.