Estratégia Nacional de Energia
José Sócrates, anunciou hoje que o Governo aprovará nos próximos dias uma proposta para aumentar a potência da energia eólica em 400 megawatts, o que representará um investimento na ordem dos 400 milhões de euros.
José Sócrates referiu-se a esta medida na sessão pública de apresentação do Plano Novas Energias, no Pavilhão de Portugal, no Parque das Nações, cerimónia que contou com a presença de vários membros do Governo e de representantes do setor empresarial na área da energia.
Já depois de ter anunciado que o próximo Conselho de Ministros aprovará a Estratégia Nacional de Energia até 2020, José Sócrates referiu que em anexo a este programa será também aprovada um diploma específico para o setor da energia eólica.
“No dia em que aprovarmos a Estratégia Nacional de Energia até 2020, aprovaremos também um projeto concreto na área da energia eólica”, disse.
Segundo José Sócrates, este projeto permitirá aumentar em 400 megawatts a potência energética eólica e representará um investimento de cerca de 400 milhões de euros.
“É uma aposta nas energias renováveis. Sabemos exatamente o que há para fazer nas energias eólica, hídrica e solar. Queremos desenvolver todas as oportunidades para que a prazo, naturalmente em função das diferentes experiências, a melhor tecnologia se afirme”, justificou.
José Sócrates acrescentou ainda que as apostas energéticas até 2020 serão executadas “em parceria estratégica entre Estado e as empresas”, cabendo mesmo às empresas o fundamental no que respeita à concretização dos diferentes projetos.
O secretário de Estado da Energia, Carlos Zorrinho, garantiu também que, com o investimento nas energias renováveis, Portugal não precisa do nuclear porque já tem uma “aposta verde”.
Para o secretário de Estado, a nova estratégia de energia e as políticas energéticas são assim “fundamentais” para a recuperação económica e combate ao desemprego.
“Esta nova estratégia não é um plano teórico, é um ‘roadmap’ para a ação baseado em boas práticas e com o contributo de investidores e das empresas”, frisou.
Segundo Carlos Zorrinho, o Governo espera que até 2020 Portugal reduza a dependência energética para 74 por cento, cumpra as metas de emissões de CO2 e reduza em 25 por cento o saldo importador energético, que representa uma redução de importações de aproximadamente 2 mil milhões de euros.
A área das renováveis, segundo Zorrinho, poderá assim em 2020 representar 1,7 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), quando atualmente é de 0,8 por cento.
A estratégia apresentada hoje indica que o sector das renováveis e da eficiência energética (incluindo a aposta na rede dos carros elétricos) deverá ser capaz de criar em 10 anos novos 121 mil postos de trabalho.
Os cinco eixos fundamentais do plano hoje apresentado são “criar uma agenda para a competitividade”, “apostar nas energias renováveis”, “eficiência energética”, “garantir o abastecimento” energético e “sustentabilidade”.