Estratégia nacional de combate abrange 15 mil jovens
Na apresentação de um estudo realizado pela União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) sobre este tema, no Porto, a secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, Catarina Marcelino, frisou ser imperativo “ir mais longe” e “ter campanhas de divulgação que sejam impactantes, pensadas de jovens para jovens, que permitam combater este flagelo”.
Em paralelo, o Executivo liderado por António Costa lançou uma linha de financiamento para apoiar projetos de federações e associações de estudantes dedicados a esta área. Esta linha prevê atribuir a cada projeto candidato um máximo de 5 mil euros, no valor total de 50 mil euros.
A referida linha de financiamento insere-se numa campanha mais global lançada em setembro, intitulada “Mudar de Curso”, que teve como primeira fase a divulgação de um vídeo sobre violência no namoro nas festas promovidas pelas associações e federações académicas.
No âmbito desta mesma campanha, estão a ser espalhados cartazes com imagens e mensagens em todas as cidades do país que tenham universidades e politécnicos.
Estratégia para cidadania
Segundo destacou a secretária de Estado Catarina Marcelino, “o Governo está ainda a investir numa estratégia nacional para a cidadania, do pré-escolar ao 12.º ano, um projeto que será apresentado em breve, e que entrará nas salas de aula das escolas públicas no próximo ano letivo.
Frisando que “a grande aposta é na prevenção e na consciencialização para um combate eficaz à violência no namoro”, a governante apontou para as estatísticas “negras” nesta área.
O estudo apresentado pela UMAR revela, de resto, que um em cada quatro jovens considera normal ou aceitável um conjunto de comportamentos que se integram no padrão da violência de género e da violência doméstica.
“Temos de ter consciência que precisamos de prevenir, para que os jovens compreendam que não podem ter esses atos”, defendeu Catarina Marcelino.
A UMAR também apresentou, pela primeira vez, dados sobre violência através das redes sociais, com 11% dos inquiridos a revelar já ter sido atingido por esta forma de violência nos relacionamentos.
A este propósito, a secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade sublinhou que esta nova área merece preocupação, lembrando tratar-se de “atos de violência que ficam registados e se perpetuam no tempo”.
Recorde-se que, na lei portuguesa, a violência no namoro é crime, estando enquadrada no âmbito da violência doméstica.