Este não é o Orçamento que Portugal precisa
O Partido Socialista criticou a proposta do Governo para o Orçamento do Estado de 2015, que não cria riqueza para a economia do país, não cria emprego e promove o empobrecimento.
O deputado do PS Vieira da Silva alertou que o Governo quer, com o Orçamento do Estado para o próximo ano, oferecer “uma economia que, ao nível da riqueza criada, terá recuado para os valores de 2004. Um retrocesso superior a uma década. Agora sim podemos falar de uma década perdida”.
“O que a maioria oferece para 2015 é uma promessa para o emprego, de um número de postos de trabalho idêntico ao que existia em 1995”, defendeu, acrescentando que o Executivo quer “um país a investir menos do que acontecia em 1990”.
Vieira da Silva lembrou, depois, os dados do Eurostat, que há dois dias revelou que existe “um milhão e cem mil pessoas em situação de privação material severa”. Lamentou, por isso, que o país veja “crescer a pobreza e mesmo a pobreza mais dura, a da privação severa”.
O deputado do PS referiu-se, também, aos jovens, que “olham para a fronteira como um destino quase inevitável”.
Vieira da Silva criticou o Governo por ter afirmado, “não há muito, com irresponsável orgulho, que queria ir além da troika, cortar mais e mais depressa para que da dor nascesse uma economia diferente, pujante e regenerada”.
Por isso, considera que a proposta do Orçamento do Estado para 2015 “falha no seu momento fundador, aquele em que se ganha ou se perde o teste fundamental de um exercício de proposta: o teste da credibilidade”.
“Quem desconhece que o esforço de redução das desigualdades mais dramáticas é um verdadeiro bem público, afasta-se de um consenso que foi responsável por progressos civilizacionais únicos na história da humanidade. Cumpre-nos recusar liminarmente esse caminho”, asseverou.