Este Governo pôs Portugal de joelhos
Apelou a que o futuro Governo liderado por António Costa inverta as políticas de direita do PSD/CDS que contaram com a “bênção de Cavaco Silva”, lamentando que esta maioria tenha “posto Portugal de joelhos”.
“Eles não pensam em Portugal acima de tudo. Eles puseram Portugal abaixo de tudo”, garantiu Manuel Alegre na sua intervenção na Convenção Nacional do PS, criticando o Governo da coligação de direita de ter posto “Portugal de joelhos”.
Para o histórico dirigente socialista a direita tem governado o país “assumindo sem pudor o fundamentalismo ideológico do neoliberalismo”, criticando as opções do Executivo liderado por Passos Coelho, relativamente à venda da TAP, à constitucionalização de limites de endividamento ou à recondução do governador do Banco de Portugal.
Instou o PS a falar “socialista em vez de tecnocratês”, criticando o papel do Presidente da República ao longo de toda a legislatura por ter sido sempre um Presidente “de fação”.
“Não temos que pedir desculpa por ser quem somos, nem andar disfarçados a falar uma língua que não é a nossa”, disse Manuel Alegre, apelando para a concentração do futuro Governo socialista na defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS), do ensino público, dos direitos dos trabalhadores e pensionistas e das minorias.
Incentivou António Costa a falar para os “muitos milhões de portugueses que sofrem com as políticas deste Governo de direita e para os que se interrogam sobre se vale a pena votar PS”, transmitindo-lhes a “alegria e o gosto do combate político”.
A verdadeira troica, garantiu, é constituída por PSD, CDS e Cavaco Silva, defendendo que o PS não é o Syriza, “mas também não somos o PASOK. Somos socialistas, portugueses e com orgulho”.
Os trabalhadores, os desempregados, os pensionistas, os jovens, os empresários, a classe média, todos, disse Manuel Alegre, “precisam que o PS ganhe as próximas eleições legislativas”, para que os portugueses voltem a ter de novo “alegria e esperança no seu futuro”.
Uma vitória que será, como sublinhou, em nome do SNS, da Escola Pública, dos direitos sociais e da defesa da cultura e da língua portuguesa.
Reconhecendo que as propostas dos partidos socialistas europeus não estão a passar com facilidade, porque a grande maioria dos governos na Europa, como salientou, “têm concentrado as suas opções nos mercados contra o poder dos Estados”, Manuel Alegre instou António Costa a “fazer passar a sua diferença” reconhecendo, contudo, que a “porta é estreita”.
Daí a importância, como realçou, do programa eleitoral do PS onde são apresentadas “outras soluções e uma alternativa de confiança”, a primeira de uma “grande vitória”, garantiu, que é mostrar ao país que “não estamos condenados ao pensamento único ou condenados à fatalidade das políticas austeritárias”.