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Este Governo está em estado de decomposição e a prazo

Este Governo está em estado de decomposição e a prazo

António José Seguro no Parlamento
António José Seguro acusou Passos Coelho de não assumir as suas responsabilidades por uma crise política “como não há memória na nossa vida democrática”.

O líder socialista afirmou, durante o debate sobre o Estado da Nação na Assembleia da República, que “o Governo está em funções mas objetivamente sem condições. Ao contrário do que disse o primeiro-ministro [na intervenção inicial], não basta ter maioria parlamentar para garantir a estabilidade política. Sem maioria parlamentar não há estabilidade política, mas ela é apenas condição necessária e não condição suficiente”.

António José Seguro, que acusou o Governo de estar em “estado de decomposição, desagregação e a prazo”, referiu-se à demissão de Vítor Gaspar e ao pedido de demissão do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, frisando que ambos fizeram críticas ao líder do Executivo: “O país esperava que o primeiro-ministro subisse à tribuna e assumisse as suas responsabilidades, não fazendo mais do que seguir o exemplo do seu ex-ministro das Finanças, que se demitiu através de uma carta que quis tornar pública e em que disse claramente que tinha falhado. Depois, quando o senhor primeiro-ministro se preparava para dar posse à sua nova ministra das Finanças [Maria Luís Albuquerque], o país foi surpreendido uma hora antes com o anúncio do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, dizendo que não aguentava tanta dissimulação”.

“Após estas ocorrências, como consegue o primeiro-ministro vir aqui ao Parlamento e não ter uma justificação perante os deputados, em relação aos quais depende? Tem um ministro dos Negócios Estrangeiros que diz que a sua demissão é irreversível, irrevogável, e dois dias depois, sem uma explicação ao país, aceita ser ministro aparentemente de outra pasta. Qual é a credibilidade que o seu Governo pode ter quando representa Portugal nas instituições europeias ou em negociação com os nossos credores? Qual a confiança que os investidores, as empresas e os cidadãos em geral podem ter no seu Governo?”, questionou.

“Nem para cair este Governo é competente”, acrescentou ironicamente.

António José Seguro reiterou que “o PS está disponível para iniciar processos de diálogo com todos os partidos com assento parlamentar, com todos os partidos que estejam disponíveis”.