Falando na sessão de abertura da II Convenção Autárquica do PS/Trofa, no distrito do Porto, Carlos César fez uma apreciação muito negativa dos setes meses de governação da AD, apontando aos sinais de “incompetência” que se têm vindo a suceder.
O presidente socialista deu como exemplo de incompetência o que se está a passar no setor da saúde, lembrando que a AD começou por anunciar “um plano de emergência que revolucionaria o Serviço Nacional de Saúde em poucas semanas”, e que o resultado, sete meses depois, “foi o aumento das listas de espera, a crise na obstetrícia e vítimas mortais por falta de assistência como os ocorridos com o INEM”, que, como acentuou, “se devem em muito à negligência do Ministério da Saúde e do primeiro-ministro”.
“Estamos a viver uma situação muito penosa num Governo tão jovem. No Ministério da Administração Interna é a desorientação que se conhece, no Ministério da Saúde é difícil ser pior, no Ministério da Defesa nem se percebe, no Ministério dos Negócios Estrangeiros o que se conhece são desconsiderações às chefias da Forças Armadas, no Ministério das Finanças um dia o país estava à beira do caos e logo a seguir já há dinheiro para tudo e mais qualquer coisa”, enumerou ainda.
Referindo que “muito dos casos de que recentemente temos ouvido falar devem-se, sobretudo, à ignorância, à subvalorização e mesmo ao abandono que a reduzida participação das comunidades e a distância dos decisores tem provocado”, Carlos César lembrou também a postura do primeiro-ministro, após os tumultos na sequência da morte de Odair Moniz, criticando o facto do líder do Governo nunca se ter encontrado com as comunidades e partilhado os seus problemas.
“Como se viu recentemente, essa distância até contamina um primeiro-ministro, que tendo existido problemas tão graves como os que existiram em determinadas localidades onde até houve uma vítima mortal, nem sequer se dignou a sentar-se à mesa com essas comunidades, visitá-las e partilhar com elas as dificuldades”, lamentou Carlos César, apontando que, perante esta sucessão de casos, “o PS tem sido mais responsável na oposição que a AD no Governo”.