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“Este é um momento em que se exige coragem e não hesitações ou calculismo político”

“Este é um momento em que se exige coragem e não hesitações ou calculismo político”

No final do Conselho de Ministros, José Sócrates, garantiu que tentou uma negociação prévia com o maior partido da oposição.

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“O momento impõe, como tenho dito, um juízo claro e uma vontade firme na defesa do interesse nacional”, disse José Sócrates.
Uma das medidas anunciadas é reduzir em 5 por cento os salários da função pública, incidindo de forma progressiva nos salários acima dos 1.500 euros.
Esta é uma das principais medidas apresentadas no final da reunião de conselho de ministros.
O primeiro-ministro anunciou hoje o aumento para 2011 da taxa normal do IVA em dois pontos, passando para 23 por cento.
No final do Conselho de Ministros, em que anunciou, entre outras medidas, o corte dos salários na administração pública em cinco por cento e em que defendeu a necessidade de aumentar as receitas do Estado.
Ladeado pelos ministros de Estado e das Finanças, Teixeira dos Santos, e do ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, Sócrates vincou que o objectivo é Portugal atingir no próximo ano um défice de 4,6 por cento, idêntico ao da Alemanha. O Governo vai criar um novo imposto sobre o sector financeiro, à semelhança do que acontece em outros países europeus.
José Sócrates falava no final do Conselho de Ministros onde foram decididas novas medidas de austeridade para atingir a consolidação orçamental.
Justificou também hoje as medidas de austeridade decretadas pelo Governo pela necessidade de Portugal defender o seu modelo social e ganhar credibilidade nos mercados externos. 
Na sua declaração, o primeiro-ministro afirmou que, numa atitude de “respeito”, esperou pelo fim da ronda de audiências do Presidente da República com os partidos para agora anunciar as medidas de corte do défice.
 “Este é um momento em que se exige coragem e não hesitações ou calculismo político”, disse na sua intervenção inicial, em que também voltou a lamentar não ter sido possível uma negociação prévia do Orçamento do Estado para 2011 com o PSD.
O ministro das Finanças explicou que os cortes nos salários da função pública serão entre os 3,5 e os dez por cento, de modo atingir uma redução de cinco por cento na massa salarial total.
De acordo com Teixeira dos Santos, o escalão mais baixo, entre os 1.500 e os 2.000 mil euros sofrerá um corte de 3,5 por cento, chegando aos 10 por cento nos escalões mais altos.