Este é um Governo sem soluções para o país

O Governo esteve no passado domingo onze horas reunido no Forte de São Julião da Barra, em Carcavelos, e o resultado final deste encontro “foi uma página em branco”. Lamentou o deputado Miguel Laranjeiro, no parlamento.

Anunciaram que nesta reunião extraordinária do Conselho de Ministros iam virar a página para o crescimento económico e para o emprego, mas no final, “não saiu uma única ideia, uma proposta, um projecto, uma reflexão sobre os tempos difíceis que atravessamos e muito menos uma estratégia política para Portugal. Nada.”

Com efeito, deste encontro ministerial, acentuou, “não saiu um único sinal de esperança. Só desistência e uma incapacidade manifesta para mobilizar os portugueses”.

Para Miguel Laranjeiro, sobre o desemprego, sobretudo sobre o desemprego jovem, que já ultrapassou a barreira dos 30%, o Governo “encontrou finalmente a solução: emigrem”.

Este é um Governo que “desistiu do país, dos jovens, dos idosos e dos nossos melhores quadros”.

Depois de recordar a opinião manifestada pelo secretário de Estado da Juventude que já tinha sugerido que os jovens deviam deixar a sua zona de conforto, e emigrar, “como estar desempregado é estar confortável”, o país assiste perplexo ao primeiro-ministro a aconselhar os professores que não encontrem emprego a irem para Angola.

Este é aliás, para o deputado do PS, um pensamento, que está “instalado na maioria de direita”.

Mas nada disto é dito por acaso, disse Miguel Laranjeiro, recordando a sugestão recente de um alto dirigente do PSD quando defendeu a criação de uma agência nacional, não para o desenvolvimento ou para o emprego ou apoio às PME’s, mas de uma agência nacional para a emigração, ajudando aqueles que devem ser mobilizados para o futuro, a “desistir já de Portugal”.

Para Miguel Laranjeiro, o Governo “não tem uma mensagem de esperança para aqueles que são a esperança do país”.

E que melhor imagem para encerrar o ano de 2011 do que esta. “Um Governo fechado num Forte, longe dos cidadãos, virando as costas a um país inteiro”.