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“Este é um Governo sem competência e que não é de confiança”

“Este é um Governo sem competência e que não é de confiança”

Pedro Nuno Santos acusou, ontem, no Estoril, o executivo da AD de se ter dedicado, nestes primeiros seis meses de governação, a vender ilusões, demonstrando, além de incompetência, não ser merecedor da confiança dos portugueses.

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O Secretário-Geral do PS falava, domingo, no Centro de Congressos do Estoril, durante o Congresso Federativo da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do Partido Socialista, ocasião em que assinalou que, “em cada momento em que foi testado, o Governo falhou”.

“Passaram seis meses, o suficiente para nós percebermos que temos um Governo que vende ilusões, que apresenta PowerPoints, muito distantes do que é a dificuldade de fazer, concretizar, governar”, afirmou o líder socialista, lembrando que “é na governação em concreto que se mede a competência de um governo”.

Ao lastimar que após estes meses haja quem pretenda “continuar a dar o benefício da dúvida”, Pedro Nuno Santos apontou, porém, que este curto período de governação permitiu perceber que “temos um Governo sem competência e que não é de confiança”.

De seguida, apontou várias áreas nas quais o atual executivo demonstrou incompetência, começando pelo anúncio que fizera o primeiro-ministro, Luís Montenegro, em abril passado, relativamente ao polémico corte no IRS de 1.500 milhões de euros.

“Não demorou muito tempo para todos ficarmos a saber que, nesses 1.500 milhões de euros que tinham sido anunciados ao país, 1.300 milhões tinham sido já decididos e inscritos no Orçamento do Estado pelo Governo do PS”, recordou, abordando de seguida os graves problemas que se vivem em Portugal no setor da habitação.

Recordou, neste ponto, que o Governo prometera “reduzir os preços da habitação através da isenção do IMT” e que o PS, já na altura do anúncio dessa medida, tinha desde logo alertado que “era errada, custava dinheiro” e iria criar um aumento no preço das casas.

“Bem mais rápido do que nós achámos, os preços voltaram a disparar e a engolir totalmente a isenção do IMT, que os municípios não vão receber, mas, mesmo que sejam compensados pelo Orçamento do Estado, perde o Orçamento e não há um jovem que tenha ganho com essa medida”, pontualizou, indicando que “o Governo é mau nas soluções que tem para resolver os problemas do país”.

Falhas na habitação, pensões, saúde e educação

A propósito do suplemento extraordinário para as pensões, o líder socialista destacou igualmente que o executivo chefiado por Luís Montenegro quis que “se instalasse a ideia de que o anúncio que tinham feito na festa do Pontal era um aumento das pensões”.

“Rapidamente percebemos que não era nenhum aumento das pensões, mas um suplemento extraordinário para um mês sem repetição. E, quando chegarem a novembro, vão perceber que a sua pensão é exatamente igual à pensão de setembro”, denunciou Secretário-Geral do PS, reiterando que “este Governo não é de confiança”.

Relativamente aos planos de emergência para a saúde e para a educação anunciados pelo Governo da AD, Pedro Nuno Santos destacou que, nas urgências de obstetrícia, houve este ano “40% mais de serviços encerrados” do que no anterior e, nas escolas, há “mais alunos sem professores”.

“Incompetentes”, atirou, reforçando neste ponto várias críticas à proposta de Orçamento do Estado para 2025 do Governo que, frisou, “não é do PS” e “é mau pelo que tem, mas sobretudo pelo que não tem”.

OE sem ambição nem estratégia

O Secretário-Geral do PS salientou, neste sentido, que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, durante a campanha, afirmara que os governos socialistas “não eram ambiciosos” e apresentavam “taxas de crescimento anémicas”.

Só que, contrapôs, “verificamos agora que o plano orçamental apresentado pelo atual Governo a Bruxelas prevê que Portugal cresça, nos próximos quatro anos, menos do que a média dos oito anos do PS”, que contou com uma “pandemia pelo meio”.

Perante isto, Pedro Nuno Santos acusou o atual Governo de não ter “ambição nem estratégia”.

Voltando a enfatizar que não se resume a “duas matérias” o que distancia PS e PSD na discussão da proposta orçamental, o líder socialista proferiu fortes críticas também à política fiscal do Governo, que, ressalvou, “se por um lado assegura uma poupança aos jovens em sede de IRS, prevê, ao mesmo tempo, um agravamento dos impostos sobre os combustíveis”.

“Quando formos às bombas, vamos pagar essa poupança”, notou, criticando ainda o executivo por não explicar essa medida de agravamento fiscal nos combustíveis, preferindo avançar com a medida “pela calada”.

Num discurso em que deixou claro que liderar a oposição política, no momento atual, é “um processo complexo”, o líder do PS, referiu que o Partido precisa de se manter unido.

“O combate é difícil, mas o PS só estará à altura dele se cada um assumir as responsabilidades de intervir a uma só voz publicamente”, concluiu.

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