Estamos a devolver a democracia aos cidadãos
O Secretário-geral do PS atacou o “massacre” ideológico feito por economistas e comentadores em defesa do conceito de “caminho único”, defendeu que sem escolhas não há democracia e considerou que o seu Governo abriu uma alternativa.
António Costa assumiu esta posição no discurso de abertura do 21.º Congresso Nacional do PS na FIL (Feira Internacional de Lisboa), numa intervenção onde demonstrou que o Governo, em seis meses de funções, cumpriu os principais compromissos.
Numa das principais notas políticas do seu discurso, o líder socialista recusou o conceito de caminho único e defendeu que o seu executivo, suportado no parlamento por PCP, Bloco de Esquerda e “Os Verdes”, constituíram uma alternativa que reforçou a democracia.
António Costa afirmou mesmo que, ao longo dos últimos quatro anos e meio, as pessoas foram “massacradas por um coro imenso de economistas, de comentadores em telejornais em defesa de que não havia alternativa e que não era possível fazer diferente, pois Portugal estava condenado à fatalidade de ser pobre”.
“Essa ideia de que não há alternativa é a mais perigosa que é possível ter em democracia, porque a democracia vive de escolhas com base em alternativas. Quando não há alternativas não há escolhas e quando não há escolha não há democracia. Aquilo que estamos a fazer é devolver a democracia às escolhas dos cidadãos, o poder de cada um escolher o caminho que quer”, declarou, recebendo uma prolongada salva de palmas.
O líder socialista falou em numerosos exemplos, como a reposição de salários na administração pública e de pensões, a reavaliação do mapa judiciário, ou a eliminação da sobretaxa de IRS no início de 2017.
Em síntese, o primeiro-ministro concluiu que, ao fim de seis meses de Governo, “com tranquilidade, se pode dizer aos portugueses que o prometido foi cumprido”.
“E vamos continuar a cumprir até ao final da legislatura. O termos cumprido não é só fundamental para restabelecer a credibilidade da ação política e a confiança nas instituições”, advogou.