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Estados-membros com excedente financeiro devem contribuir para dinamizar economia europeia

Estados-membros com excedente financeiro devem contribuir para dinamizar economia europeia

ajs_estados.jpgOs países da zona euro que apresentem um excedente financeiro e que se recusem a aplicar esse dinheiro na economia deverão ser alvo de sanções. A ideia de António José Seguro foi assumida numa conferência promovida pelo “Diário Económico”, depois de também ter apoiado as correntes a favor da possibilidade de o Banco Central Europeu (BCE) emitir moeda e de um acordo em torno da emissão de eurobonds.

“É tão importante exigir consolidação aos países que têm desequilíbrios nas suas contas públicas como exigir aos países que têm excedentes nas suas contas públicas que coloquem esse dinheiro para dinamizar o consumo interno e, por essa via, ajudarem a estimular o sector exportador de países como Portugal”, afirmou Seguro na sua intervenção inicial, questionando de seguida se um país da União Europeia tem ou não o direito de poupar e de acumular excedentes.

Segundo o líder socialista, as economias “são mais dinâmicas se viverem em equilíbrio”.

“O que assistimos na zona euro é a desequilíbrios profundos. Para se promover o equilíbrio, não se pode fazer tudo só à custa do sacrifício das pessoas e da economia, mas também por via do estímulo e do dinamismo dessa mesma economia”, defendeu, acrescentando que, neste momento, se verifica “um egoísmo claro em relação às opções políticas que estão a ser tomadas”.

“Considero que a Europa não pode ter um olhar parcial – e falo nisso em relação ao sistema fiscal da União Europeia e da necessidade de crescimento”, disse, antes de exigir mudanças ao nível da actuação do BCE.

“O BCE é o único banco central do mundo sem poder para emitir moeda. Sou contra o facilitismo e contra a ideia de se emitir moeda sem limite, mas o preço a pagar por um pouco mais de inflação é muito menor do que os efeitos das actuais políticas recessivas”, sustentou o secretário-geral do PS.