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Esquerda deve liderar agenda europeia e tornar “inútil” uma aliança entre direita e extrema-direita

Esquerda deve liderar agenda europeia e tornar “inútil” uma aliança entre direita e extrema-direita

O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, defendeu hoje, em Évora, que a esquerda democrática deve reforçar, nas próximas eleições para o Parlamento Europeu, a sua capacidade de influenciar o processo de decisão europeu e “pontuar a agenda política europeia”, tornando assim “inútil” uma possível aliança entre a direita e a extrema-direita.

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Augusto Santos Silva

Falando na Academia Socialista, numa intervenção intitulada ‘As responsabilidades da esquerda democrática na construção da União Europeia’, o também deputado do PS eleito pelo círculo Fora da Europa deixou aos jovens presentes a sua visão sobre a estratégia que deve ser prosseguida, tendo em vista as eleições europeias de junho do próximo ano.

“É um objetivo muito importante do ponto de vista político para a esquerda democrática europeia tornar inútil essa possível aliança, inutilizar a aliança política entre centro direita e extrema-direita. Porque nós não podemos permitir que haja uma maioria aritmética de votos no Parlamento Europeu entre Partido Popular Europeu (PPE) e os dois grupos de extrema-direita europeia. Porque sabemos que, se essa maioria existir, ela funcionará politicamente”, sustentou.

Entre os objetivos que Santos Silva considerou importantes que a esquerda democrática tenha “claros no seu espírito”, está o reforço do peso da sua família política, de forma a reforçar a capacidade de influenciar o processo de decisão europeu e “pontuar a agenda política europeia”.

Será também importante, continuou, que a esquerda democrática europeia preserve a “existência hegemónica” de famílias políticas pró União Europeia.

O presidente do Parlamento realçou ainda, perante os jovens presentes na Academia Socialista, a importância de existir uma relação de confiança e identificação entre os cidadãos e os partidos políticos e instituições democráticas.

“As pessoas que confiam em nós, que votam em nós – quer nós socialistas, quer nós instituições democráticas – têm que continuar a confiar em nós e a sentir-nos, a nós, como seus, e a eles como nossos”, vincou, deixando ainda conselhos para que os socialistas evitem “armadilhas” que terão pela frente e se mantenham fiéis aos “temas da esquerda democrática” e que mobilizam os cidadãos.

Um dos temas que Augusto Santos Silva antevê como central nas eleições europeias do próximo ano é a relação entre a agenda social e a ação climática, à qual a esquerda europeia democrática, no seu entender, deve responder com a sua proposta de “articulação entre uma Europa social, crescimento da economia e a ação climática”, defendendo uma transição ambiental sem afastar as pessoas.

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