“Esqueçam as sondagens e arregacem as mangas, não há vitórias antecipadas”
António Costa, falando na Comissão Nacional do Partido Socialista, afirmou que o PS tem como grande objetivo “voltar a ganhar as próximas eleições autárquicas” e disse aos socialistas que “esqueçam as sondagens e arregacem as mangas, não há vitórias antecipadas”.
Numa intervenção em que o secretário-geral do PS visou em especial a situação atual do País e projetou algumas das principais linhas políticas que deverão orientar a ação governativa futura, António Costa começou por aplaudir a atribuição do prémio Camões 2017 ao camarada e fundador do PS Manuel Alegre, pelo qual se reconhece uma carreira de poeta e escritor que se cruza inevitavelmente com a sua notável ação política.
Já numa análise da situação política nacional, o líder socialista quis reafirmar o orgulho do PS e dos Socialistas relativamente aos resultados da Economia e à saída de Portugal do Procedimento por Défices Excessivos, sucessos alcançados num cenário de devolução da confiança aos agentes económicos e aos cidadãos, e suportados por políticas de esquerda assumidas e cumpridas pelos partidos que dão apoio a este Governo.
Continuou referindo que se Portugal vem conseguindo alcançar resultados de grande destaque, entre os quais um crescimento superior à média europeia, cuja trajetória se deverá manter, foi por ter optado de forma expressa e manifesta por um caminho diferente daquele que vinha sendo observado pela direita. Como tal, assumiu o secretário-geral, a governação socialista manterá um percurso assente na descida do défice e na estabilidade política, mas sempre visando a normalização das espectativas e das vidas dos cidadãos, a confiança e o crescimento económico.
O secretário-geral explicou ainda que, apesar dos bons resultados já alcançados e de tudo o quanto já foi feito, muito deve ainda ser feito, tendo em vista assegurar um crescimento sólido e sustentado. Para tanto o Governo continuará empenhado na criação de empregos, na valorização do trabalho e dos trabalhadores, no combate à precaridade nos sectores público e privado, na qualificação dos recursos humanos, e sua produtividade, repondo os rendimentos e encorajando perspetivas de progressão e consolidação profissional.
Num discurso carregado de linhas orientadoras e de objetivos estruturantes, António Costa declarou ainda o empenho em novas políticas públicas que permitam o reforço da escola pública e do Serviço Nacional de Saúde — marcas de uma governação socialista –, e de uma nova estratégia para a habitação, que garanta o acesso a habitação a custos justos e adequados.
No âmbito das políticas públicas da habitação, o Secretário-geral urgiu a participação das autarquias, do terceiro sector e da administração central, no sentido de garantir a compatibilidade entre crescimento, qualidade de vida e acesso democrático a um direito que é universal e constitucional.
António Costa prosseguiu explicando a importância imediata de trabalhar para depois do ciclo de programas e apoios incluídos no Portugal 2020, o que se alcança através do debate e da projeção do País que pretendemos para o futuro, certamente assente na inovação, no crescimento económico e em emprego qualificado e de qualidade.
Concluiu motivando todos os militantes para o trabalho rumo a um bom resultado nas eleições autárquicas do dia 1 de outubro, destacando o excelente trabalho dos autarcas do partido, e a importância de manter o PS como principal partido do poder local. Destacou, porém, que nenhuma eleição está ganha por antecipação, e que apenas arregaçando as mangas, saindo para as ruas e falando com os portugueses de todo o país e de todas as localidades será possível resultar os bons resultados do passado, e prosseguir o excelente trabalho dos últimos 4 anos.