Falando numa conferência de imprensa, ontem, em Bruxelas, após ter participado na cimeira da NATO que reuniu os chefes de Estado e de Governo da Aliança, o primeiro-ministro, António Costa, lembrou que a batalha contra a Covid-19 não pode ser vista apenas e só como um “combate contra a mortalidade ou para proteger o Serviço Nacional de Saúde”, mas uma luta paciente e constante pela qualidade de vida e pela proteção da saúde de cada uma das pessoas, reafirmando que este desiderato deve ser visto “independentemente da idade das pessoas”.
Um dado adquirido, salientou o chefe do Governo, é que ninguém respondeu até agora à questão de se saber quais as “consequências e as sequelas” que esta doença “vai deixar para o futuro na vida de cada uma das pessoas que foi ou será infetada”, considerando, por isso, “extremamente perigoso” haver quem queira desvalorizar a gravidade da situação, relembrando que nas últimas semanas o número de novos casos tem vindo “sistematicamente a aumentar em Portugal”, prova, ainda segundo António Costa, de que tem de haver “um ajustamento adequado dos comportamentos”.
Esforço e disciplina
Com novos casos de infeção a aumentar no país, sobretudo na região de Lisboa e Vale do Tejo, o primeiro-ministro voltou a apelar aos portugueses para que “adotem os comportamentos corretos”, reforçando vetores como “o esforço e a disciplina” para evitar situações “que são obviamente de risco”, reafirmando que a posição do Governo consiste, como sempre, em “adotar em cada momento as medidas que se justifiquem perante o estado da pandemia”.
O que não se pode pedir ao Governo, sustentou o primeiro-ministro, é que perante o eventual agravamento da situação pandémica, não tome, “responsavelmente”, as medidas necessárias para travar o aumento das infeções, assumindo António Costa não conhecer nenhum português que defenda de ânimo leve que haja “um volte face no processo de desconfinamento”.
Lembrou, a propósito, que o Governo tem seguido à risca a regra de que “sempre que é possível e aconselhável” aliviar as medidas restritivas, tem-no feito, do mesmo modo que sempre que a evolução da pandemia “nos imponha restringir qualquer movimento ou atividade, nós não deixaremos de o fazer em nome do primado da saúde que tem de prevalecer sobre tudo o resto”.