Escritora de causas e uma lutadora pela igualdade de direitos
Nascida em Lisboa, a 10 de julho de 1939, Maria Isabel Barreno é coautora, com Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, da obra “Novas Cartas Portuguesas”, uma das mais perseguidas pelo regime do Estado Novo e considerada um tratado sobre os direitos das mulheres em Portugal, assim como “um libelo contra todas as formas de opressão”, nas palavras da escritora Ana Luísa Amaral.
Eduardo Cabrita, que tutela a área da igualdade de género no Executivo, destacou, em Maria Isabel Barreno, “a notável investigadora social, uma escritora de causas e uma lutadora pelos direitos das mulheres”.
Para o governante, “neste momento de tristeza, a melhor homenagem será lembrar o contributo de Maria Isabel Barreno para a mudança da sociedade portuguesa e dar continuidade ao combate pela igualdade de direitos entre mulheres e homens no trabalho, na vida familiar e na participação cívica e política”.
“A riqueza do seu pensamento e o rigor dos seus princípios em muito contribuíram para termos hoje uma sociedade mais justa, livre e igualitária”, salientou, por seu lado, o ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, em nota de pesar.
Licenciada em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Maria Isabel Barreno foi jornalista e conselheira cultural para o ensino do Português em França, tendo publicado 24 títulos, entre romance e investigação na área da Sociologia.
Entre as diversas distinções que a sua obra mereceu, destacam-se o Prémio Fernando Namora, pelo romance “Crónica do Tempo” (1991), e os prémios Camilo Castelo Branco e Pen Club Português de Ficção, pelo livro de contos “Os Sensos Incomuns” (1993). Em 2004 foi agraciada pelo presidente da República com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.