Enfermeiros: Governo disposto a chegar a um acordo
O primeiro-ministro, António Costa, avançou hoje em Madrid que o Governo está disposto chegar a acordo sobre a “revisão da carreira” com os enfermeiros, assim como “procurar corrigir” algumas injustiças da anterior eliminação das categorias.
“Há duas questões que já anunciámos há muito tempo que estamos disponíveis para acordar” com os enfermeiros, disse o chefe do Governo à margem de uma convenção do Partido Socialista Europeu.
A primeira dessas questões é “a revisão das carreiras, para que possa haver, mais uma vez, várias categorias: a de enfermeiro, enfermeiro especialista, enfermeiro gestor”.
Em segundo lugar, “procurar corrigir, de uma forma progressiva, injustiças que resultaram da anterior eliminação das categorias e um excessivo esmagamento da grelha salarial”, continuou António Costa.
“São dois temas sobre os quais podemos ter expectativas de avançar, espero que com acordo”, resumiu o chefe do Governo.
António Costa recordou que atualmente há mais 4.100 enfermeiros no sistema e há um concurso aberto para mais 500 profissionais, tendo o horário de 35 horas sido reposto.
O Governo prevê retomar até aos primeiros dias de março as reuniões negociais com as estruturas sindicais dos enfermeiros.
O reatamento das negociações foi anunciado após o Conselho de Ministros ter decretado a 07 de fevereiro uma requisição civil na greve dos enfermeiros em curso desde 31 de janeiro nos blocos operatórios de quatro centros hospitalares, alegando incumprimento dos serviços mínimos.
No final da semana passada, o Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República considerou que a greve é ilícita, um parecer que foi de imediato homologado pela ministra da Saúde, ordenando a marcação de faltas injustificadas aos enfermeiros em greve a partir de 19 de fevereiro.