António Costa falava hoje, em Lisboa, na inauguração da 55ª exposição de mobiliário de Paços de Ferreira, que está patente ao público no Pavilhão Carlos Lopes, no Parque Eduardo VII, lembrando que a Europa e o país “estão num ponto de viragem”, apontando como exemplo o facto de se terem criado de forma célere as condições para que os primeiros PRR sejam aprovados ainda durante a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, manifestando António Costa a esperança de que entre esses planos “esteja o de Portugal”. Tal significa, como adiantou, que “devemos todos”, Estado e empresas concentrar neste programa a nossa atenção e iniciar a preparação das candidaturas, advertindo António Costa que começa a ser “muitíssimo curto o tempo para executar o PRR”.
Voltando a referir que este não é um plano financeiro para ser usado apenas e só pelo Estado, como insistem “certos setores à direita do PS”, o primeiro-ministro lembrou a este propósito que existe um conjunto de verbas no PRR “que não podem ser utilizadas pela Administração Pública”, ou seja, como mencionou, “ou são utilizadas pelas empresas ou são verbas perdidas”.
O chefe do Governo manifestou ainda satisfação pelo facto de as empresas ligadas ao setor do mobiliário, “como aliás a generalidade da indústria nacional”, não terem parado a sua laboração durante a pandemia da Covid-19, destacando neste particular a prestação da indústria do mobiliário por ter conseguido, nesta face difícil, alcançar um “desempenho extraordinário”, designadamente “ao nível do emprego em que registou um crescimento na ordem dos 17% e de 13% nas exportações”.
Capitalização das empresas
O primeiro-ministro referiu ainda os cerca de 1.550 milhões de euros que no âmbito do PRR vão capitalizar as empresas, “sobretudo as pequenas e as médias”, lembrando que o Banco de Fomento terá aqui um “papel fundamental em termos de operacionalização”, salientando ainda que outros 650 milhões de euros estão também programados para ajudar as empresas a adaptarem-se à digitalização, através de programas que visam “estimular a capacidade de inovação”.
Ainda segundo o primeiro-ministro, para as empresas estão também previstos mais 1.500 milhões de euros destinados “à formação, reconversão e requalificação profissional”, deixando António Costa a certeza de que o PRR “irá reforçar o programa Interface com mais 200 milhões de euros” para o desenvolvimento de laboratórios e centros tecnológicos, tendo em vista “reforçar a ligação entre a atividade industrial, a produção de conhecimento e a certificação da qualidade de cada um dos produtos”.