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“Em democracia nada pode ser seriamente discutido com base em ultimatos”

“Em democracia nada pode ser seriamente discutido com base em ultimatos”

O líder parlamentar do PS disse que os socialistas recusarão “ultimatos” em torno das negociações do Orçamento para 2011.

 

O líder parlamentar do PS avisou hoje o PSD que os socialistas recusarão “ultimatos” em torno das negociações do Orçamento para 2011, num discurso que foi abruptamente interrompido por uma falha de energia no comício.
Francisco Assis falava no comício de “rentrée” do PS, afirmando que “em democracia nada pode ser seriamente discutido com base em ultimatos, porque a democracia é o regime da convergência e do diálogo frutuoso”, declarou Assis, cujo discurso antecedeu o do secretário geral do PS, José Sócrates.
Assis, que foi muito aplaudido, disse que o PS tem consciência de estar em posição de maioria relativa na Assembleia da República e que na próxima sessão legislativa “haverá da bancada socialista vontade de concertação”.
“Mas ninguém nos poderá pedir que renunciemos a sermos nós próprios, que rasguemos o contrato que fizemos com o país. Há menos de um ano o PS ganhou as eleições e tem a responsabilidade de governar o país”, sustentou.
 “Estamos totalmente disponíveis para dialogar, mas não sob a forma de ultimatos, não com imposições, ainda por cima de quem perdeu as últimas eleições legislativas”, frisou.
Em relação à próxima revisão constitucional, o presidente do Grupo Parlamentar do PS lembrou que este processo precisa de uma maioria de dois terços para ser aprovado.
“Projectos que ponham em causa o Estado social jamais contará com os votos dos deputados do PS”, salientou Francisco Assis.
A ministra do Trabalho, também dirigente socialista, fez um ataque a todas as forças políticas da oposição, defendendo a tese de que “os extremos tocam-se”.
As palavras de Helena André visaram sobretudo a direcção do PSD, dizendo que a sua proposta de revisão constitucional, no sentido de substituir o conceito de justa causa nos despedimentos pelo princípio da razão atendível, geraria no país “o maior foco de estabilidade nas relações laborais”.
Helena André acusou ainda o PSD de pretender um modelo de contratos a termo certo por tempo indeterminado, de defender a redução das contribuições para a segurança social de um “retrocesso social” com a instauração do tributo social, que disse “contrariar as normas europeias de rejeição do trabalho gratuito.