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ELZA PAIS REÚNE-SE COM MULHERES SOCIALISTAS DA DISTRITAL DO PORTO

ELZA PAIS REÚNE-SE COM MULHERES SOCIALISTAS DA DISTRITAL DO PORTO

A presidente das Mulheres Socialistas – Igualdade e Direitos (MS-ID) reuniu-se com as coordenadoras concelhias da Federação do Porto para abordar o impacto da pandemia na vida das mulheres. Elza Pais abriu a reunião, que teve como objetivo debater a situação política na perspetiva de género de forma descentralizada.
ELZA PAIS REÚNE-SE COM MULHERES SOCIALISTAS DA DISTRITAL DO PORTO

Organizado por Graça Laranjeira Vaz, secretária nacional das MS-ID, o encontro decorreu no passado dia 29 de abril, através de videoconferência, e juntou as coordenadoras concelhias de Lousada (Cristina Moreira), da Maia (Angélica Lima), de Matosinhos (Paula Fernandes) de Paços de Ferreira (Madalena Martins), do Porto (Claúdia Salazar), de Santo Tirso (Elizabete Beja) e de Vila Nova de Gaia (Natália Gonçalves), além da deputada Carla Sousa, eleita pelo Círculo Eleitoral do Porto.

As MS-ID analisaram e debateram as diversas formas de desigualdade com que as mulheres estão confrontadas neste momento, tendo a líder das MS-ID citado um estudo que demonstra que “com o encerramento das escolas, a mulher é a mais frequente cuidadora dos filhos, o que obriga a que muitas delas estejam em casa sobrecarregadas com tarefas que acrescem ao desenvolvimento da atividade laboral, uma vez que estão em teletrabalho”. Por outro lado, sublinhou Elza Pais, “muitas mulheres, que já estavam em situação profissional precária, viram a situação piorar, tendo sido colocadas em ‘lay-off’, com rendimentos diminuídos, ou mesmo em situação de desemprego”.

Relativamente ao problema da violência doméstica, cujo acompanhamento constitui uma preocupação permanente das MS-ID, Portugal regista uma diminuição do número de ocorrências registadas, contrariando a tendência de subida em muitos outros países. Elza Pais considera este dado “preocupante”, tendo em conta que “a pandemia e o estado de isolamento que ela impõe vieram retirar a muitas mulheres a capacidade de concretizarem a denúncia”. Na prática, considera Elza Pais, “houve um silenciamento da violência doméstica, de que as mulheres são as maiores vítimas”.

Recordando que as Nações Unidas consideram que a pandemia está a ter repercussões a nível mundial, com maior incidência nos grupos mais vulneráveis, de que as mulheres fazem parte, Elza Pais lembrou também que “as mulheres estão em maior número na linha da frente de combate à pandemia Covid-19, como profissionais de saúde e do setor social”. A presidente da estrutura nacional deixou também uma palavra de elogio “ao papel fundamental do nosso Serviço Nacional de Saúde”, bem como “a todo o apoio que tem sido colocado à disposição das pessoas na área social”.

Numa reação à intervenção da presidente, as coordenadoras concelhias acrescentaram que, no que respeita à violência doméstica, “é possível que estejamos perante situações de submissão e silenciamento devido a uma dependência económica que esta crise tenderá a gerar”.

As MS-ID manifestaram também preocupação com as comunidades imigrantes, muitas vezes ligadas a trabalhos precários e em áreas fortemente afetadas por esta crise, e também com a comunidade cigana, na qual culturalmente está reservado à mulher um papel de submissão, e na qual as crianças rapidamente “se perdem”, ficando, não raras vezes, fora das novas formas de aprendizagem a distância e em casa, por falta de meios.

Outro dos temas abordados foi o da saúde mental, tendo em conta que o confinamento é potenciador do stress, da ansiedade, da irritabilidade e do consumo de substâncias aditivas. As MS-ID defenderam que “olhar para esta questão e encontrar mecanismos de resposta antecipada é a melhor forma de prevenir um previsível aumento de casos de problemas ao nível da saúde mental da população”.

“A situação provocada pela pandemia constitui uma crise que poderá introduzir retrocessos ao nível dos Direitos Humanos conquistados”, concluiu a líder das Mulheres Socialistas, que considera que “os desafios que se colocam são imensos e passam, sobretudo, pelo apelo que nos vem da ONU, de integrar a perspetiva de género nas repostas sociais e económicas à Covid-19”.

Neste encontro foi decidida a criação de grupos de trabalho que funcionarão como plataformas de reflexão e análise dos impactos da Covid-19 na vida das mulheres, envolvendo a rede concelhia, distrital e nacional das MS-ID. As MS-ID do distrito do Porto avançaram já com novos temas que exigem uma reflexão mais aprofundada:

Covid 19 – Pobreza e seus impactos sociais na vida das pessoas e crianças
Covid 19 – Impactos laborais

As estruturas concelhias das MS-ID da Federação do Porto afirmaram o seu envolvimento na procura de medidas que diminuam o impacto de género da Covid 19 e impeçam o retrocesso dos Direitos Humanos conquistados pelas mulheres.