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Eleições de 25 de outubro são oportunidade para dar mais força à Autonomia

Eleições de 25 de outubro são oportunidade para dar mais força à Autonomia

“A participação cívica, a participação política, a participação cidadã, pode ficar perturbada e condicionada pelas circunstâncias que nós vivemos, mas não tem que deixar de acontecer. O que é necessário, como se fez neste movimento, é encontrar formas que possam canalizar a vontade de contribuir, possam, no fundo, agrupar a vontade de construir”, afirmou o Presidente do PS/Açores, esta sexta-feira.
Eleições de 25 de outubro são oportunidade para dar mais força à Autonomia

Vasco Cordeiro, que intervinha na sessão de entrega de contributos do movimento cívico ‘Açores Primeiro! Todos Contam’, para o manifesto eleitoral do Partido Socialista, considerou que as atuais circunstâncias ligadas à pandemia de Covid-19 condicionaram, mas não pararam o movimento, realçando a ideia concretizada e corporizada pelo movimento, que, “apesar de todas as perturbações, continuou a trabalhar nesse desafio, de construir uma agenda de futuro para a nossa Região”.

Tal como o fez na sessão de abertura, o líder socialista considerou que este movimento constituiu um sinal de liberdade, de cidadania, um exercício de responsabilidade e de Autonomia, “de aportar a forma como vê os desafios de futuro para a construção de soluções coletivas”, mas também no sentido em que “este é o modo de governação que nós temos aqui na Região para concretizar os desafios e vencer os desafios que temos pela frente, e para concretizar as soluções que aqui são apresentadas”.

Vasco Cordeiro realçou que o movimento ‘Açores Primeiro! Todos Contam’ foi também, e é, “um exercício de inconformismo, um exercício de arrojo, de ambição para o nosso futuro coletivo”.

“Aquilo que hoje aqui se apresentou, ou dito de forma mais concreta, aquilo que aconteceu ao longo destes meses, não é sobre os Açores que temos. É sobre os Açores que queremos. O que esteve em causa não foi o percurso que fizemos, são novos horizontes que queremos alcançar, é, no fundo, não sobre o passado, mas é clara, inequívoca e convictamente sobre o futuro”, acrescentou.

Nesta relação entre o passado e o futuro, Vasco Cordeiro destacou que, nos últimos oito anos os Açores foram a região do país que reduziu, de forma mais intensa, a taxa de abandono escolar precoce, referindo ainda, à semelhança deste dado, o número de açorianos sem médico de família que nos últimos oito anos baixou em 62%, “sendo mais de 60 mil açorianos que deixaram de estar na situação de não ter médico de família”, bem como a região em que, nos últimos dez anos, mais cresceu em termos de esperança média de vida, e o número de cirurgias, para dar resposta às necessidades dos açorianos, que cresceu 86% nos últimos sete anos.

Consciente de que estes dados satisfazem, mas que não descansam, o presidente do PS/Açores sublinhou ainda os desafios que há para vencer, referindo nesse sentido, que “passou o tempo dos partidos políticos que entendem que são donos da verdade”.

Considerando ser este um ano de circunstâncias extraordinárias, o presidente do PS/Açores afirmou que as eleições de 25 de outubro são a primeira oportunidade que os açorianos têm de analisar, “não apenas aqueles que foram resultados em tempos normais, mas também resultados que foram alcançados em tempos extraordinários, ligados à defesa dos Açores, à defesa dos açorianos, resultados ligados à defesa da nossa saúde”.

Para Vasco Cordeiro esta é também a oportunidade para os açorianos se pronunciarem “se acham que a nossa Autonomia deve ser mais forte. É por isso que dizemos que os Açores precisam do seu voto. Os Açores precisam do seu voto, qualquer que ele seja, para dar mais força à nossa Autonomia e aos Açores”.

‘Açores Primeiro! Todos Contam’ apresenta propostas para o futuro da Região

O movimento ‘Açores Primeiro! Todos Contam’ apresentou a ‘Agenda para os 50 anos da Autonomia’, resultante dos contributos, online e presenciais, dos açorianos que ao longo dos últimos meses foram chamados à participação e ao debate, por via de todos participarem na definição do nosso futuro.

Na área temática da Governação e Transparência, propõe-se a criação de uma agência de recrutamento para o setor empresarial regional; a instituição da limitação de mandatos como regra para todas as funções de nomeação; o acesso normalizado dos cidadãos a informação relativa ao custo do serviço público a que recorre e a criação do Conselho Regional das Finanças Públicas.

Sugere-se ainda, no âmbito das visitas estatutárias, a possibilidade de participação online dos cidadãos nas reuniões do respetivo Conselho de Ilha com o Governo Regional por plataforma vídeo/áudio de Internet, estabelecendo a mesma possibilidade para o período em que os membros do Governo estão disponíveis para atendimento presencial à população. A criação de plataformas online de participação eletrónica na política; o aprofundamento dos orçamentos participativos regionais e do processo de reforma da Autonomia, foram outras das propostas apresentadas, tal como a extinção do cargo de Representante da República; a implementação da plataforma online de acesso e interação com deputados à ALRAA e a criação de uma plataforma online de interação entre os mais jovens, para promoção da participação eleitoral.

Para a área da Coesão, as propostas visam a criação de um contrato social renovado, a criação de clusters por ilhas, bem como a criação de um modelo de análise da coesão dos Açores, a desenvolver com base em indicadores económicos, sociais e demográficos. Propõe-se igualmente a criação de três clusters para os Açores nas áreas da Agricultura, Pecuária e Agroindústria, Pescas e Mar e Turismo, a promoção de economias de aglomeração nomeadamente, pelo trabalho em rede entre os agentes envolvidos, empresas, instituições de ensino e do sistema científico e tecnológico.

Já na aposta na inovação, propõe-se fortalecer as ligações entre a investigação e o setor empresarial através de incentivos para os investigadores cooperarem com a indústria e criar incentivos à realização de candidaturas a financiamento para projetos de inovação tecnológica, organizacional e social. Quanto às políticas regionais de inovação, defende-se o fortalecimento do ecossistema de inovação e empreendedorismo, potenciando sinergias e alavancando os resultados de projetos inovadores, a criação de redes de inovação direcionadas para as PME e de incentivos para atrair e reter talentos e investimentos.

Também ao nível do Desenvolvimento Sustentável, o documento propõe a instituição de fomento regional e a atração de talentos – novos empregos – apoiando açorianos que tenham mais de 35 anos e que tenham qualificações e experiência de trabalho em áreas emergentes a regressarem. Outras propostas passam pela criação do Conselho Estratégico Regional para o Investimento Privado, o Centro logístico dos Açores em Lisboa e a integração nas redes de exportação nacional.

Quanto à temática da Qualidade de Vida, propõe-se a criação de atrativos para captar e manter quadros diferenciados, a formação padronizada às diferentes Ordens e a criação de acordos de filiação de uma forma coordenada ao abrigo de um memorando entre o Serviço Regional de Saúde e o Serviço Nacional de Saúde, potenciando vinda de profissionais de saúde para a Região. Propõe-se também atrair profissionais através da promoção de uma melhor política de investigação.

Na Educação, sublinha-se o desenvolvimento de um plano para a valorização do capital humano e o aprofundamento da ação social escolar como instrumento de garantia da igualdade de oportunidades.

Por último, e em matéria de Património e Cultura, considerando que as políticas culturais devem estar orientadas para uma projeção da cultura dos Açores do futuro, a Agenda propõe o regular contato com os agentes culturais e criativos e o auxílio aos agentes culturais e criativos dos Açores das fontes de financiamento para os projetos que pretendem desenvolver.