Educação: “Não há hoje país desenvolvido sem uma boa rede pública de educação”
José Sócrates, elogiou hoje em Paredes o papel das autarquias no processo de encerramento das escolas com menos de 20 alunos, dizendo não estar preocupando “com as excepções”.
“Em todas as câmaras onde havia problemas houve uma concertação. As câmaras foram as primeiras a perceber que tinham de fazer esse esforço. E fizeram-no com coragem. Há excepções, pois há. A mim pouco me preocupam essas excepções. Quero sublinhar este esforço, porque a maioria dos autarcas esteve ao lado do Governo numa reforma importante para a qualidade da escola pública neste país”, afirmou José Sócrates.
O primeiro-ministro discursava hoje na cerimónia de inauguração do novo centro escolar de Mouriz que assinalou o início do ano lectivo.
Lembrando a abertura este ano lectivo de cerca de uma centena de centros escolares no país, José Sócrates voltou a sublinhar a aposta do Governo na escola pública, considerando que “não há hoje país desenvolvido sem uma boa rede pública de educação”.
“Diz a nossa Constituição que o Estado deve propiciar a todos educação, mas eu diria que o dever do Estado moderno não é apenas dar educação para todos é dar uma boa educação para todos, porque não há país desenvolvido e economia que se modernize sem uma boa educação”, vincou.
“É por isso que a prioridade à escola pública é absolutamente essencial para uma educação de futuro e que sirva a economia. Só a escola pública oferece igualdade de oportunidades entre ricos e pobres, do interior ou do litoral”, acrescentou José Sócrates.
Para José Sócrates, “o ideal mais nobre de uma democracia é que todos tenham acesso ao conhecimento e a sua plena realização”, questionando, a seguir, se o país estará “agora em circunstâncias de desistir desse ideal democrático da igualdade de oportunidades”.
José Sócrates destacou, por outro lado, que durante 20 anos várias organizações internacionais recomendaram, como a OCDE, que em Portugal não houvesse escolas com menos de 20 alunos, porque essas promoviam o insucesso e o abandono escolar.
“Durante 20 anos ninguém teve a coragem de fazer o que devia ser feito. Encerrámos três mil escolas. Esta foi a maior e a mais drástica reforma em favor de uma educação de qualidade. Este foi o melhor contributo que demos para uma escola de qualidade, uma escola do século XXI, uma escola de um país melhor que quer ser mais rico no futuro e que percebe que a educação está no eixo central do desenvolvimento da sua economia”, enfatizou José Sócrates.
O primeiro ministro considerou o concelho de Paredes “um exemplo para o país” no processo de modernização na educação, sublinhando que neste concelho do Vale do Sousa “pode-se encontrar uma rede escolar que é das melhores da Europa”.