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Eduardo Lourenço exalta faceta cultural do socialismo

Eduardo Lourenço exalta faceta cultural do socialismo

Eduardo Lourenço advertiu, nas comemorações dos 20 anos da revista Finisterra, no Centro Nacional de Cultura, que o socialismo tem de caracterizar-se como uma cultura e não pode limitar-se a uma dimensão política, uma leitura sociológica ou histórica: “Se o socialismo não for uma cultura, não é aquilo que devia ser. Todos os socialistas do século XIX foram homens de cultura”.

A revista Finisterra, agora propriedade da nova Fundação Respublica, lançou o seu número 66, dedicado ao tema da crise mundial, apresentando-se com um novo grafismo e com mudanças também ao nível do seu conselho de redacção.

Augusto Santos Silva referiu que as edições da revista Finisterra entre 1989 e 2007 vão estar até ao final do ano disponíveis em suporte electrónico e vincou que o objectivo da Fundação Respublica, designadamente através da Finisterra, “é promover e alargar o debate de ideias”.

Guilherme de Oliveira Martins acrescentou que a Finisterra foi pioneira na defesa de perspectivas como o Estado regulador, no apoio a uma perspectiva de “competitividade económica sem teologia de mercado” e na defesa dos valores da “liberdade igual e da igualdade livre. Sem ideias, sem reflexão, sem debate não há política que valha a pena. A Finisterra nunca foi uma revista neutral, porque na política não pode haver neutralidade”.