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Eduardo Ferro Rodrigues: “Exemplo como republicano e socialista”

Eduardo Ferro Rodrigues: “Exemplo como republicano e socialista”

A apresentação do livro do ex-presidente da Assembleia da República e antigo líder socialista que esta semana foi lançado em Lisboa, no CCB, serviu de pretexto para que o ex-ministro dos governos do PS, José António Vieira da Silva, dirigisse os mais rasgados elogios a Eduardo Ferro Rodrigues, descrevendo-o como “exemplo de republicano e de socialista”.

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Eduardo Ferro Rodrigues

Foram muitas as personalidades políticas, sobretudo da área do PS, mas não só, e da área cultural que quiseram marcar presença no lançamento do livro de Ferro Rodrigues: ‘Assim vejo a minha vida – Memórias’. Numa sala cheia, com o primeiro-ministro e Secretário-Geral do PS, António Costa, na primeira fila, Ferro Rodrigues deixou a garantia de que o seu livro “não é uma autobiografia, mas antes um exercício de memória”, dividido em vários episódios que “atravessam 73 anos de vida”.

Depois de afiançar que este também não é um livro onde pretenda fazer qualquer espécie de “ajuste de contas”, nem tão pouco usá-lo como “uma ameaça de regresso à vida política ativa”, o ex-presidente da Assembleia da República e Secretário-Geral do PS, garantiu tratar-se, sim, de um “exercício de autocrítica e de homenagem à família, aos amigos e aos camaradas de percurso”, deixando a certeza de que o fim da geringonça marcou por vontade própria o fim da sua carreira política ativa.

Palavras que serviram de mote para o ex-ministro José António Vieira da Silva, amigo de longa data, lembrar o percurso de Eduardo Ferro Rodrigues ao longo da sua vida política, desde o 25 de Abril de 1974, quando ao lado de outros companheiros lançou o MES (Movimento de Esquerda Socialista), sem esquecer as muitas injustiças que enfrentou, numa alusão ao difícil período entre 2002 e 2004, em que foi Secretário-Geral do PS, mágoas que “abriram feridas que continuam por sarar”, mas que “ele teve a coragem de as não esquecer”.

Vieira da Silva definiu o antigo ministro nos governos de António Guterres como um “exemplo de nobreza na ação política”, insistindo na tese de que há poucas pessoas que tenham tanta legitimidade como Ferro Rodrigues, porque, “como poucos”, soube sempre colocar a “coisa pública” no centro da sua vida, repudiando sempre “o interesse ou a vantagem pessoal”.

A propósito do MES, partido que ajudou a fundar com Ferro Rodrigues, ao lado de outras destacadas personalidades, Vieira da Silva lembrou que a transição de parte significativa dos seus dirigentes para o PS em 1988, episódio que, recorda, é descrito no livro de memórias do antigo líder socialista, é ainda uma realidade “pouco estudada”, deixando, contudo, a garantia, que essa transição não aconteceu por homens como Eduardo Ferro Rodrigues terem ficado mais velhos e “menos esquerdistas”, mas por terem refletido que era na social-democracia que se encontravam as “respostas sobre a vida das pessoas e sobre o país”.

Para além do primeiro-ministro, António Costa, e do Presidente da República, marcaram presença neste evento outras destacadas figuras, como os ministros das Finanças, Fernando Medina, da Presidência, Mariana Vieira da Silva, da Cultura, Pedro Adão e Silva, da Administração Interna, José Luís Carneiro, e Ana Catarina Mendes, ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, figuras do PS como João Cravinho, José Vera Jardim, Alberto Martins, Jorge Lacão e Ana Gomes, o antigo diretor-geral da Saúde, Francisco George, o historiador e militante do PSD, José Pacheco Pereira, a campeã olímpica Rosa Mota, o dirigente comunista António Filipe e Vasco Lourenço, presidente da Associação 25 de Abril.

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