Edite Estrela sublinha “urgência” de uma verdadeira política europeia para migrantes e refugiados
Participando nos trabalhos da conferência, que se realizou a partir de Bruxelas em formato virtual, a parlamentar portuguesa manifestou preocupação perante a “perceção negativa” sobre os migrantes, que é patente em muitos países, “incorporada por vezes no discurso político, o que contribui para alimentar o populismo”.
Uma preocupação que a vice-presidente da Assembleia da República sublinhou, na sua interpelação aos oradores convidados, entre os quais se incluíam o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do parlamento alemão, Wolfgang Schauble, e o Diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações, o português António Vitorino, questionando se o novo pacto europeu sobre esta matéria poderá garantir que se evitem mais mortes no mar Mediterrâneo e insistindo que é necessária “uma verdadeira política europeia” para os migrantes e refugiados, tendo relembrado “as chocantes imagens” do incêndio no campo de refugiados de Moria, na Grécia e a tragédia dos naufrágios e das vidas que se perdem no mar Mediterrâneo.
Depois, numa interpelação dirigida diretamente a António Vitorino, Edite Estrela questionou sobre o modo como se pode combater esta “perceção negativa” da opinião pública e até de alguma comunicação social sobre os migrantes.
O responsável pela OIM sublinhou, na resposta, que esta realidade se combate, sobretudo, “falando verdade” e divulgando realidades que podem ser pouco conhecidas pelo cidadão comum, tendo salientado, a título de exemplo, que durante o confinamento por causa da pandemia de Covid-19, nos diferentes países europeus, cerca de metade dos profissionais da saúde e de outros serviços essenciais foram prestados por imigrantes. Concluindo o Diretor-geral da OIM que esses imigrantes foram determinantes naquele período e continuam a ser.