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Edite Estrela sensibiliza Conselho da Europa para vulnerabilidade das mulheres com deficiências

Edite Estrela sensibiliza Conselho da Europa para vulnerabilidade das mulheres com deficiências

A deputada do PS Edite Estrela defendeu ontem, em Estrasburgo, que “as desigualdades ligadas ao facto de se nascer mulher não terminarão enquanto não conseguirmos concretizar o direito à educação e à saúde”, e alertou para a situação de vulnerabilidade das mulheres com deficiências.

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Edite Estrela

A vice-presidente da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, que intervinha no debate sobre a prevenção e a luta contra a violência contra as mulheres com deficiência, começou por assinalar a data em que se celebra o Dia Internacional da Rapariga.

E citou alguns números: “Em todo o mundo, uma em cada cinco raparigas dá à luz antes de completar 18 anos; 40% das gravidezes não são planeadas, resultando muitas delas de violações; calcula-se que entre 100 e 140 milhões de mulheres terão sido submetidas a práticas de mutilação genital; todos os dias, mais de 30 mil raparigas são forçadas a casar-se precocemente; mais de 30 milhões de raparigas em idade escolar não frequentam a escola; as raparigas são as mais vulneráveis à pobreza”.

“Imagine-se agora a situação de vulnerabilidade em que se encontram as mulheres e raparigas com deficiências”, sublinhou.

“Da mesma forma que temos vindo a assistir, nos últimos anos, a um retrocesso no caminho para a igualdade entre mulheres e homens, muito por causa da pandemia – mas não só –, assistimos à crescente invisibilização dos problemas que afetam mais especificamente as mulheres e as raparigas”, vincou a socialista.

Edite Estrela explicou que “embora sejam cada vez mais evidentes, são cada vez menos debatidas as interseccionalidades que empurram pessoas para sistemas de tratamento desumano”, sendo a deficiência uma dessas interseccionalidades.

Assim, a vice-presidente da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa aconselhou a que se adotem medidas para combater a violência doméstica, proibir esterilizações ou abortos forçados e garantir a compensação das vítimas destas práticas. Pede ainda o “direito ao acesso à Justiça e a medidas de proteção e o encorajamento à participação de mulheres com deficiência na vida política”.

“Por tudo isto, considero que este é um bom dia para sensibilizar o mundo para as questões de igualdade e violência de género, bem como para suscitar a reflexão sobre os preconceitos e os estereótipos que colocam entraves na vida escolar e pessoal das raparigas, colocando-as em situação de desigualdade e de profunda vulnerabilidade, particularmente as que sofrem de algum tipo de deficiência”, concluiu a deputada do Partido Socialista.

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