Para o Conselho de Administração da Assembleia da República, concorreu uma lista única, integrando a deputada socialista Eurídice Pereira, que foi eleita com 203 votos a favor, 15 brancos e seis nulos.
Em relação aos secretários da Mesa da Assembleia da República, entre os seus quatro elementos, foram novamente eleitas as socialistas Maria da Luz Rosinha e Palmira Maciel. Como vice-secretários foram também eleitos os socialistas Diogo Leão, Joana Sá Pereira e Tiago Estêvão Martins.
Mesa da AR eleita “em democracia” e com liberdade
No final das votações, o presidente do Grupo Parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, sublinhou que os deputados votaram “livremente” para eleger os membros da Mesa da Assembleia da República, vincando que os parlamentares socialistas viabilizaram candidatos de outros partidos por considerarem que os resultados das eleições legislativas de 30 de janeiro “levavam a essa constituição mais diversa”.
“Os deputados do Partido Socialista distinguiram, de forma clara, candidatos de forças políticas democráticas de candidatos de forças políticas antidemocráticas e com forte conotação racista e xenófoba. E isso ficou evidente na votação de hoje”, asseverou Eurico Brilhante Dias, em declarações aos jornalistas, no Parlamento.
Eurico Brilhante Dias, que vincou que a Mesa da Assembleia da República foi eleita “em democracia”, mencionou em seguida que os deputados do Partido Socialista tiveram “claramente a consciência” de votar em candidatos que não são do PS, “procurando construir uma Mesa que representasse o resultado eleitoral de 30 de janeiro de 2022”. “E, por isso, é uma Mesa com a maioria dos membros do Partido Socialista e depois com membros também do Partido Social-Democrata”, disse.
“Mais uma vez, na Assembleia da República, homens e mulheres foram candidatos a cargos. Uns foram eleitos e outros não, de forma livre. E, de forma livre e consciente, todos os deputados, no segredo do momento do voto – como fazem os portugueses quando votam para as eleições legislativas, presidenciais e autárquicas –, votaram e votaram livremente como só foi possível fazer a partir do 25 de Abril de 1974”, referiu o dirigente socialista.
O líder parlamentar do PS aludiu depois à “forma humilde e democrática com que a Iniciativa Liberal e, em particular, o Sr. deputado João Cotrim de Figueiredo [cuja candidatura a uma das vice-presidências foi rejeitada) aceitou o resultado eleitoral”. “O Sr. deputado João Cotrim de Figueiredo teve muito mais votos do que os votos possíveis a partir do seu Grupo Parlamentar – teve mais 100 votos do que os votos da Iniciativa Liberal – e isso demonstra bem como em liberdade votámos e como, também, com humildade democrática o Sr. deputado aceitou o veredito”, sustentou.
“Quanto aos candidatos do Chega [ambos também rejeitados], foi o resultado natural repetido duas vezes, porque em consciência os deputados da generalidade dos partidos consideraram que não era adequado que uma força política não democrática pudesse estar representada na Mesa da Assembleia da República”, explicou Eurico Brilhante Dias.