A socialista, que participou no 9º Fórum Mundial para a Democracia, enquanto membro da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (APCE), recordou que os seus dois relatórios, aprovados a 29 de setembro pela APCE, asseguram que o Conselho da Europa ouviu “os jovens que estão, incansavelmente, a manifestar-se pelo clima” e que sabe que o “aquecimento global atingirá os mais vulneráveis” em primeiro lugar.
Por isso, “a marginalização política das minorias tem de ser diminuída, os estereótipos sobre as vítimas dos danos climáticos têm de ser combatidos e a raiz do problema tem de ser resolvida com os modos de vida tradicionais”, assegurou.
“Os nossos compromissos contra o aquecimento global estão plasmados no Acordo de Paris e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Os nossos países aderiram ao consenso global”, congratulou-se Edite Estrela, que saudou, em seguida, a Turquia por ter ratificado o Acordo de Paris.
Advertindo que este é um “momento sério”, em que não se pode fazer “falsas promessas”, Edite Estrela disse que “ainda não é demasiado tarde, desde que assumamos a urgência”. “Temos uma oportunidade de repensar as nossas sociedades. Temos de aproveitar esta oportunidade para combater as desigualdades e garantir que cada indivíduo tem um lugar”, salientou.
A deputada do Partido Socialista admitiu que “não vai ser fácil” e pediu para que ninguém se agarre “às falsas promessas tecnológicas”. “Elas podem não corresponder às expectativas! É hora de adaptar e fortalecer a resiliência climática das nossas sociedades”, afirmou.
Assim, Edite Estrela asseverou que “devemos ir em direção à meta preferencial de 1,5oC para limitar o aumento da temperatura” e adotar o objetivo de zero emissões líquidas até 2050. “Depois de mais de 20 anos de negociações internacionais e avisos de cientistas, sentimos a ameaça à nossa frente”, salientou a parlamentar, que disse que está nas nossas mãos evitar o aquecimento global. “A década que começou em 2020 vai ser crucial”, avisou.
A todos os parlamentares, Edite Estrela deixou um alerta: “Temos a responsabilidade de enfrentar o desafio da crise climática”. “Temos de assegurar que as instituições funcionam, que se respeitam os direitos humanos, a democracia e o Estado de direito. Temos de trabalhar em conjunto e pressionar os governos para que respeitem os compromissos internacionais dos nossos países”, acrescentou.
Aqui, a deputada do PS lembrou que o Conselho da Europa fez história por diversas vezes. “Foi o Conselho que tornou a pena de morte impossível e questionou muitos comportamentos até se tornarem inaceitáveis para todas as nossas comunidades”, salientou.
“Mudar mentalidades e preparar para a resiliência climática será difícil e demorado”, alertou Edite Estrela, que se mostrou confiante de que tudo funcionará se o trabalho for feito em conjunto: “Temos de explorar juntos todas as soluções ao nosso alcance”.
O Fórum Mundial para a Democracia , que começou no dia 8 de novembro e termina amanhã, é uma plataforma única para os decisores políticos e ativistas debaterem soluções para os principais desafios das democracias em todo o mundo. Ao identificar e analisar iniciativas e práticas experimentais, o Fórum destaca e incentiva as inovações democráticas nas bases e a sua transferência a nível sistémico, a fim de reforçar os fundamentos das sociedades democráticas.