Perante uma plateia como muitos estudantes, António Costa, que esteve envolvido no lançamento deste novo Centro em 2010, quando desempenhou as funções de presidente da Câmara de Lisboa, assumiu que existem atualmente “muitos motivos de inquietação” por causa das guerras na Europa e no Médio Oriente, das alterações climáticas, das pandemias, da inflação ou do aumento das taxas de juro.
“Mas, se olharmos para os fundamentais, temos boas razões para estar confiantes no futuro. Houve uma mudança estrutural na economia portuguesa ao vencermos o défice das qualificações, porque não há inovação sem qualificações”, sustentou.
Na sua intervenção, o líder do executivo evidenciou, em particular, o grande salto qualitativo de Portugal no período dos governos socialistas de António Guterres, com Mariano Gago e Marçal Grilo, quando “foi lançada a sementeira que dá os frutos que hoje Portugal dispõe”, consolidado com o caminho mais recente, relativo à descida do abandono escolar precoce, ou ao aumento de jovens com ensino secundário, com licenciaturas, mestrados e doutoramentos.
“Em 2000 existiam 17 mil investigadores, mas o país tem atualmente mais de 60 mil”, disse, tendo a ouvi-lo os ministros das Ciência e Ensino Superior, Elvira Fortunato, da Economia, António Costa Silva, e da Coesão Territorial, na Abrunhosa, enaltecendo ainda o “excelente exemplo” do Instituto Superior Técnico na parceria crescente entre as universidades e as empresas.
“Esta geração qualificada que temos no mercado de trabalho está hoje a transformar as empresas”, afirmou António Costa, realçando, entre outros dados, que a exportação de bens é atualmente superior à exportação de serviços e que, no ano passado, “pela primeira vez, as exportações nacionais representaram mais de 50% do Produto Interno Bruto”.
“É isto que nos permite dizer que a economia está mesmo a mudar”, sustentou.