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É urgente completar a união bancária europeia para proteger os cidadãos e defender a economia

É urgente completar a união bancária europeia para proteger os cidadãos e defender a economia

A sensação de incerteza que a regulação do sector bancário gerou nos últimos anos exige que o PS não vire as costas a este problema, mas que o enfrente em conjunto com os seus responsáveis e protagonistas, defendeu ontem Ana Catarina Mendes, no encerramento do primeiro de um ciclo de debates abertos que o PS está a organizar, a caminho do seu XXI Congresso Nacional.

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Na conclusão de um amplo e participado debate, que juntou vários oradores convidados de relevo, na sede nacional, a Secretária-geral ajunta lembrou que o PS defende um sector bancário sólido, “assente num modelo sustentável de negócios”, que assegure uma rentabilidade “justa e equilibrada”, mas também um sector que tenha perspetivas de crescimento e que “inspire a confiança dos clientes e dos investidores”.

Reafirmou, por isso, a “urgência” em se darem novos passos para completar e aprofundar a constituição do Mecanismo Europeu de Garantia de Depósitos, criticando o estado atual em que se encontra a união bancária, dizendo-a “incompleta”, e lamentando que a União Europeia decida, em momentos de crise, “suportar mais a banca do que os seus depositantes”, o que em sua opinião manifesta “um desequilíbrio” que “urge corrigir”.

Hoje, a sensação de incerteza no futuro da regulação da banca, sustentou Ana Catarina Mendes, “preocupa muitos portugueses”, reclamando que tanto o Estado como os privados têm de saber dar as respostas necessárias às angústias que assaltam os cidadãos, “quando há notícias de colapso de bancos”, garantindo que o Governo do PS está coagido em encontrar as respostas para que este equilíbrio seja encontrado, para o que conta com a colaboração e a opinião dos “responsáveis do sector financeiro”.

Um equilíbrio que segundo a dirigente do PS tem de ser encontrado o mais rápido possível, quer a nível interno, quer em relação à Europa, avançando numa verdadeira União Bancária, porque a economia, como defendeu, “não pode, nem deve viver do permanente sobressalto” sobre a possibilidade de se financiar para produzir.

Neste sentido, Ana Catarina Mendes defendeu a constituição da linha de crédito que “funcionará como segurança do fundo de resolução”, a par de uma maior clareza do papel a desempenhar pela união bancária, que segundo a Secretária-geral adjunta do PS, não estará completa até que seja constituído um mecanismo europeu de garantia dos depósitos “para gerar confiança nos cidadãos e nas próprias instituições”.

A crise iniciada em 2007, lembrou a propósito a dirigente socialista, que se prolongou pelos anos seguintes, “começou por ser uma crise financeira” acabando por ter reflexos avassaladores na economia, gerando desemprego, desigualdades e exclusão social, reconhecendo contudo que as respostas “não podem ser apenas nacionais”, o que não implica, como realçou, que o Estado e as instituições financeiras portugueses não tenham também elas que encontrar novos mecanismos de “rigor, transparência e de maior firmeza na supervisão”, de forma a dar outra confiança a clientes e investidores.