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É preciso travar o crescimento de casos porque o país não pode voltar a parar

É preciso travar o crescimento de casos porque o país não pode voltar a parar

O primeiro-ministro, António Costa, referiu esta sexta-feira, no final da reunião do gabinete de crise sobre a evolução da Covid-19, que Portugal está a acompanhar a tendência europeia de aumento de casos diários, afirmando ser fundamental travar este crescimento, com o envolvimento da responsabilidade de todos os cidadãos, porque “não vamos poder voltar a parar o país”.
É preciso travar o crescimento de casos porque o país não pode voltar a parar

“A manter-se esta tendência, chegaremos aos mil novos casos por dia. Temos de travar esta tendência. Não podemos parar o país”, declarou, na conferência de imprensa após a reunião, em São Bento.

O líder do Governo assinalou que o país “está a sofrer um forte crescimento de novos casos diariamente” – uma trajetória que começou a registar-se em meados de agosto, considerando que é preciso travar este cenário, insistindo, uma vez mais, na importância decisiva da responsabilidade individual dos cidadãos e do cumprimento rigoroso das regras de segurança, acompanhando as medidas implementadas.

“Não vamos poder voltar a parar o país, como aconteceu em março. Agora, o controlo da pandemia depende da responsabilidade pessoal de cada um de nós. Não podemos voltar a privar as crianças do acesso à escola, não podemos voltar a proibir as famílias de visitarem os seus entes queridos nos lares, não podemos separar as famílias no Natal como fizemos na Páscoa. Temos mesmo de travar a pandemia por nós próprios através da nossa responsabilidade pessoal”, frisou.

Plano para o período de outono e inverno

O primeiro-ministro revelou também que a Direção Geral da Saúde (DGS) vai apresentar na próxima semana um plano de medidas contra a Covid-19 para o período outono/inverno.

“Na próxima semana, a DGS apresentará qual o plano específico para o período outono/inverno. Como sabemos, perante um vírus novo, a comunidade científica tem vindo a evoluir em relação ao conhecimento que dele tem e, consequentemente, no que respeita às medidas adequadas para a sua contenção”, afirmou, insistindo, no entanto na questão “fundamental” da responsabilidade de cada um no combate à propagação.

“Antes de pensarmos que novas medidas podemos adotar, devemos concentramo-nos nas medidas que já sabemos que temos de cumprir”, relembrou, exortando ao cumprimento de “cinco” regras básicas de prevenção e de segurança.

“Usem a máscara o mais possível e obrigatoriamente sempre que necessário. Deve-se manter a higiene regular das mãos ao longo de todo o dia, respeitar estritamente a etiqueta respiratória e manter o afastamento físico adequado. E apelo para que seja descarregada e utilizada a aplicação ‘stayaway covid’ que respeita escrupulosamente a proteção de dados, assegura o anonimato e garante que cada um de nós, se estiver infetado, possa avisar sem se identificar todos aqueles que inconscientemente ou involuntariamente tenham sido contagiados. Essas cinco regras são fundamentais”, insistiu.

Desta forma, considerou, “conseguiremos garantir que o ano letivo possa decorrer normalmente e sem sobressaltos, podemos garantir que as empresas vão poder manter-se em atividade e, sobretudo, garantimos a proteção do emprego e do rendimento das famílias”.

“O custo social do confinamento foi brutal, o sofrimento pessoal de cada um foi enorme e a dor nas famílias foi grande. Temos de evitar passar por tudo isso outra vez. Desta vez, que ninguém tenha dúvidas: está nas mãos de cada um assegurar aquilo que é necessário”, reforçou.

O primeiro-ministro fez ainda questão de realçar que, mesmo com o aumento de casos, a atual situação tem tido, da parte do Serviço Nacional de Saúde (SNS), uma boa capacidade de resposta.

“Felizmente, a pressão sobre o SNS mantém-se limitada. Aliás, os números de hoje revelam uma diminuição de internados, quer em cuidados intensivos, quer em internamentos gerais. Felizmente, não estamos numa situação em que não haja controlo no SNS. Mas os períodos de incubação são longos”, ressalvou.

Do gabinete de crise para o acompanhamento da evolução da Covid-19, que se tinha reunido pela última vez em 29 de junho, fazem parte membros do Governo como os ministros de Estado da Economia, dos Negócios Estrangeiros, da Presidência e das Finanças, bem como os titulares das pastas da Defesa Nacional, da Administração Interna, do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, da Educação, da Saúde e das Infraestruturas e da Habitação.