É preciso saber o contributo das contas da Madeira para o desvio no défice
Em reacção aos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados hoje, que apontam para uma subida do défice orçamental no primeiro semestre do ano para os 8,3% do Produto Interno Bruto (PIB), superior aos 7,7 por cento do primeiro trimestre do ano, o PS confirmou a existência de um “desvio” no processo de consolidação orçamental, embora considere que a sua natureza é ainda desconhecida, se por causa das conta da Madeira ou devido a empréstimos a empresas públicas em consequência das dificuldades de financiamento da economia portuguesa após a reprovação do PEC IV.
Em declarações aos jornalistas, no Parlamento, o deputado João Galamba sublinhou que nos dados do INE também há elementos que se traduzem numa “melhoria face ao ano anterior, designadamente nas remunerações certas e permanentes, que caíram sete por cento, e no consumo público, que desceu dez por cento”, considerando, no entanto, que há um problema ao nível da identificação das causas do desvio para se perceber exactamente o que está em causa.
João Galamba alertou ainda para a dificuldade em “linearizar o défice, olhando apenas para o primeiro semestre do ano e extrapolá-lo em seguida para todo o ano” e para a necessidade de apurar qual a contribuição da Madeira para o défice.
“Sabemos hoje que a dívida da Madeira foi revista em alta entre 2008 e 2010, mas não sabemos ainda qual o impacto em 2011. O valor que foi apresentado há cerca de duas semanas rondava os 580 milhões de euros, mas não temos informação se esse valor aumentou ou não”, referiu João Galamba.