É preciso reforçar o investimento e responder aos desafios do crescimento e emprego
“É necessário reforçar o investimento”, defendeu o chefe do Governo português, sublinhando que esse esforço conjunto deve atender às condições específicas de cada um dos países da UE, até porque alguns “têm largos excedentes e tinham aliás o dever de investir mais”.
António Costa sublinhou a importância estratégica do encontro dos parceiros do sul da Europa, que reuniu em Atenas os líderes dos Executivos de Portugal, Grécia, Chipre, França, Itália e Malta, além de um representante do Governo espanhol.
“Não temos de ter vergonha de ser do sul. Temos de saber assumir na UE uma posição que defenda também a perspetiva de todos estes países. É a melhor forma que temos para que a Europa no seu conjunto esteja melhor posicionada no mundo”, defendeu.
Na opinião do chefe do Governo português, é do conjunto de “pontos de vista e sensibilidades” dos vários países que se faz “uma Europa unida” e não “uma Europa a várias velocidades ou fragmentada em várias regiões”.
Estar à altura das expetativas dos cidadãos europeus
Sobre a cimeira informal dos líderes europeus, que se realizará na próxima semana, em Bratislava, António Costa afirmou a necessidade de “respostas concretas” sobre os temas que mais preocupam os cidadãos europeus, como o crescimento económico e o emprego.
“É prioritário que saibamos sair de Bratislava com respostas concretas ao maior fator de angústia para os cidadãos, que tem a ver com as perspetivas de crescimento económico na Europa, de criação de emprego, em particular para os jovens, e perspetivas de termos futuro numa comunidade partilhada”, sublinhou.
O primeiro-ministro português defendeu que os desafios com que a Europa se debate exortam a que os líderes europeus se juntem “nas suas famílias políticas” ou a nível regional, para “combinar diálogos” com vista a uma resposta concertada, não só a nível económico mas também na resposta à crise migratória ou no combate ao terrorismo.
“É esse esforço que temos de fazer para que não possamos continuar a ignorar os sinais inequívocos que os cidadãos vão dando de insatisfação relativamente ao estado em que a Europa se encontra. O ‘Brexit’ não foi um acaso, a subida da extrema-direita em muitos países não é um acaso, a subida de populismo noutros países não é um acaso”, assinalou.
António Costa sublinhou, por isso, que a cimeira de hoje em Atenas, a primeira entre chefes de Estado e de Governo de países do sul, destina-se “a unir e não a dividir”, oferecendo um importante contributo para “reforçar a unidade da UE sobre uma região que é absolutamente crucial” para o futuro da Europa.