É preciso maior intervenção da comunidade internacional na crise dos refugiados
Para o ex-alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, instrumentos que assegurem o movimento legal de refugiados “para o mundo desenvolvido”, juntamente com o aumento “significativo” da ajuda humanitária e de mecanismos de cooperação económica nos países de primeiro acolhimento, são as únicas soluções possíveis para se responder “às necessidades dos refugiados” e aos países que estão na primeira linha, disse o ex-alto comissário.
António Guterres falava como orador convidado na conferência «A Situação Internacional e os Movimentos Forçados de População», no auditório da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC), um dia antes de receber o título de doutor honoris causa pela Universidade de Coimbra.
Após ter recebido o título, o candidato a secretário-geral das Nações Unidas (ONU) afirmou que a situação é “complexa”, mas que pretende fazer valer os seus pontos de vista, aguardando “serenamente” a decisão dos Estados-membros.
“Estou muito tranquilo, fazendo naturalmente o possível para fazer valer os meus pontos de vista, mas aguardando serenamente as decisões da comunidade internacional”, disse o antigo Secretário-geral do PS.
António Guterres sublinhou que, no entanto, “há muitas diferenças de opinião em várias zonas do mundo, sobre se devemos ter um secretário-geral homem ou mulher, se deve ou não ser da Europa de Leste”.
A cerimónia contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do primeiro-ministro, António Costa, do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, da ministra da Presidência, Maria Manuel Leitão Marques, que incorporou o cortejo enquanto professora da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC), da secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Margarida Marques, e dos deputados Edite Estrela e Porfírio Silva.
Os também docentes da FEUC José Reis e José Manuel Pureza proferiram os discursos de elogio do candidato ao título e da sua apresentante, a fundadora do Conselho Português para os Refugiados, Teresa Tito de Morais, respetivamente.